quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O que esperar em 2010?

Mais um ano chegando ao fim. Impossível não fazer um balanço da comunicação empresarial no Brasil ao longo dos útimos meses. Alguns progressos, como o fim da Lei de Imprensa, e outros retrocessos, como a não-obrigatoriedade do diploma de jornalismo. Enfim, 2009 foi um ano marcante.

Gosto de analisar o passado, mas mantenho sempre meus dois pés no futuro. O que passou fica como base, mas o que realmente importa é o que virá pela frente. E o que esperar de 2010? Certamente um ano cheio de emoções e grandes oportunidades.

Execelente para os amantes do esporte e da política. Os apaixonados por essas duas áreas certamente terão muito o que fazer. Além de ser ano de Copa do Mundo, o Brasil evidentemente estará com um olho na Áfria e outro aqui, pensando e preparando a Copa de 2014 e as Olímpiadas de 2016. Um prato cheio para quem quer se especializar em marketing esportivo.

Já os que acreditam que a política pode ser algo sério e honesto, eis que será lançada a campanha presidencial. Um momento super oportuno para aprendemos a fazer lobby com seriedade e respeito à sociedade. Colocar as empresas em contato com o governo nunca foi pecado, o problema é maneira como isso vem sendo feito.

De modo geral, o mercado continuará competitivo. A cada ano chegarão novos colegas recém-formados e até os que preferiram pular a parte da formação acadêmica. As coisas não serão fáceis. Exigirão cada vez mais de nós. Estamos finalmente conquistando nosso lugar ao sol e precisamos saber exatamente o que fazer com essa posição privilegiada para simplesmente não metermos nossos pés pelas mãos. Sempre haverá espaço para os profissionais que se dedicarem. Estejamos preparados. E que venha 2010!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Mensuração na prática

Ontem foi o dia da entrega do artigo final da pós. Como havia dito anteriormente, meu objetivo era pesquisar as metodologias de mensuração de resultados em assessoria de imprensa adotadas pelas dez maiores agências de comunicação do Brasil.

Li vários artigos científicos sobre o tema e saí a campo para entrevistar os responsáveis pela área nessas dez agências. Ali encontrei minha primeira barreira. Apenas cinco toparam participar da pesquisa. Uma agência alegou sigilo das informações e outra reestruturação da área. As outras três nem se quer retornaram.

Fiz aplicação de um questionário com perguntas de escala, múltipla escolha e abertas. Os resultados foram muito parecidos em todas as agências participantes. O fato é que está lançada uma verdadeira corrida pela mensuração da comunicação.

Muitas empresas estão partindo para o exterior, a fim de estudar as metodologias adotas lá para importá-las, adaptando-as para a realidade brasileira. Também fica claro que a necessidade de mensuração é cada vez maior, tanto por uma demanda do cliente quanto da própria agência.

Entretanto, a obtenção de metodologias eficazes ainda é a maior dificuldade. O alto custo também inviabiliza a prática em muitos casos. Há também um conflito ético quanto à questão das próprias assessorias de imprensa realizarem a mensuração. Afinal, as metodologias avaliam o trabalho do assessor.

Enfim, o trabalho ficou bem interessante e complexo. Quem tiver interesse no documento, deixe um recado aqui com e-mail, que envio para vocês.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Budget de comunicação

O fim do ano vai chegando e a gente não pensa em outra coisa a não ser planejar. Colocar na ponta do lápis como serão as ações do ano seguinte é uma tarefa que demanda habilidade e muita concentração.

Semana passada conversei com alguns especialistas para saber como o departamente de comunicação deve angariar um budget adequado às suas propostas. Como todos sabem, na maioria das empresas o dinheiro destinado a esta área é quase sempre insuficiente.

Segundo eles, a melhor maneira de conquistar a diretoria das empresas e convencê-las que é importante investir em comunicação é mostrando sua participação no desempenho da companhia. Mais uma vez, a mensuração de resultados é a peça chave no ciclo da comunicação empresarial.

Confiram algumas dicas essenciais quando o assunto é budget:
- Crie o budget de acordo com o planejamento estratégico;
- Se baseie no passado, mas foque o futuro;
- Prove que a comunicação gera resultados;
- Acompanhe o budget mensalmente e realoque recursos quando necessário;
- Não deixe faltar e nem sobrar dinheiro.

Crédito da imagem: http://www.villapark.org/2008-09Budget/budget_pie.gif

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

E a bomba estoura na mãos dos assessores...

Desde que a saia curta da estudante da Uniban virou o principal assunto do país, não paro de pensar na vida dos assessores de imprensa da universidade. Não queria estar na pele deles de jeito nenhum.

Em primeiro lugar vem a questão de administrar perante todos os veículos de comunicação que seus alunos se comportaram como vândalos ao ver as pernocas de uma de suas alunas. Só isso já seria motivo para uma boa dose de estresse.

Como se não bastasse, a universidade ainda toma a desastrada decisão de expulsar Geisy. Com a revolta popular e do próprio MEC, voltou atrás da decisão. A crise de imagem que se instaurou tomou proporções ainda maiores.

Geisy foi tratada como vítima pela imprensa desde o primeiro momento (por mais que assuma publicamente sua parcela de culpa). A decisão da universidade deveria ter sido reprimir os agressores e até expulsar seus líderes como forma de demonstrar que violência e machismo não são características inerentes àquela instituição.

Juro que pensei que a universidade daria uma bolsa de estudos como forma de se desculpar com a aluna e incentivá-la a passar uma borracha em tudo aquilo. Ledo engano. A reitoria optou por expulsar a aluna porque ela já vinha se vestindo de maneira inadequada há algum tempo...

Ora! Mais um erro absurdo da universidade. Se aquilo já vinha acontecendo, eles deveriam ter advertido e tomado algum providência antes que o problema tomasse tais proporções. Faltou manual de conduta e de gerenciamento de crise. Resultado: uma imagem completamente arruinada pela opinião pública. Pior que isso, impossível.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Novos tempos para a imprensa

Ao longo da história dos meios de comunicação de massa, muito se falou sobre o fim dos veículos mais antigos, como foi o rádio com o surgimento da TV e o jornal impresso com a proliferação da internet. Mas, o que se pode perceber é que cada meio, bem ou mal, tem seu espaço e público fiel.

Talvez o grande segredo da continuidade esteja em suas características e em suas capacidades de adaptação. Muito tem se falado sobre o fim do impresso, já que hoje a grande maioria das pessoas tem o hábito de ler notícias na internet. Entretanto, a questão não é tão simples assim.

Um jornal francês, o Liberátion, resolveu adicionar um suplemento de 24 páginas em suas já tradicionais 72 folhas. O objetivo era cativar os leitores e conquistar mais adeptos ao veículo. Resultado: queda de 30% na circulação. O motivo é simples, os leitores se sentiram frustrados por não dar conta de ler tanto material diariamente. Uma prova evidente que maior, nem sempre é melhor.

Em contrapartida, um jornal sul-africano, o Daily Sun, criado para os cerca de 75% da população que nunca havia lido um jornal na vida, viu sua circulação bater a marca dos 500 mil exemplares dia. O segredo? Uma linguagem simples e muitas ilustrações.

Quero dizer com isso que não acredito no fim de nada, mas na mutação e na transformação de tudo. O que parece óbvio, muitas vezes não é. Está nas mãos de cada profissional de comunicação analisar as necessidades e transformações da sociedade moderna para criar as soluções em informações que são realmente demandadas por ela.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A formação profissional do comunicador

Tenho estudado cada dia mais sobre comunicação empresarial e tudo tem me levado à seguinte constatação: os melhores comunicadores empresariais são justamente aqueles que não se dedicam apenas à comunicação.

Isso mesmo. Enquanto uns falam no fim do curso de jornalismo, tenho visto extamente o contrário. Jornalistas diplomados complementando sua formação com cursos nas áreas de relações públicas, sustentabilidade, gerenciamento de crise, estratégias mercadológicas, gestão de negócios e pásmem: matemática e estatística!

Tudo isso porque a comunicação vai muito, mas muito além do chamado "jornalzinho" interno e da divulgação de releases. A comunicação tem mexido efetivamente nas estratégias do negócio. O profissional que se limitar a apenas uma graduação será facilmente engolido pelas feras que não param de se especializar.

Engana-se quem pensa que ter um bom texto é garantia de emprego. Para manter-se na comunicação empresarial é preciso uma formação interdisciplinar. Saber muito sobre determinada área já não vale mais de nada. O negócio é saber de tudo um pouco e, de preferência, muito de alguma coisa em especial.

Quem pensa que anos de experiência garantem conhecimento suficiente está totalmente enganado. Tenho visto cada vez mais quarentões, cinquentões e até sessentões colocando um caderno de baixo do braço e encarando as duras cadeiras das universidades. Se há um caminho, este só pode ser o da educação.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A volta do sensacionalismo. Se é que um dia ele se foi...

O sensacionalismo sempre foi assunto frequente nas rodinhas de jornalistas e nos veículos especializados. Esta semana a polêmica gira em torno da capa da edição de quarta-feira, dia 21, da Folha de S. Paulo. A foto de uma vítima da violência carioca sendo carregada num carrinho de supermercado despertou a indignação de muitos leitores. Uma reportagem no Comunique-se (www.comunique-se.com.br) traz um dos relatos:

" “É inconcebível que um jornal do porte da Folha se iguale aos piores ‘jornais’ (se assim podemos chamá-los) dos cantões violentos do Rio. Por que ter que impor aos assinantes e leitores esse tipo de imagem? Será que somente a reportagem escrita não bastaria? Como uma força centrípeta, violência visual só atrai mais revolta para uma boa parcela da população que se guia por apelos visuais, causando mais sensação de impunidade e desesperança”, desabafou Marcos dos Santos. "

O ombudsman da Folha, Carlos Eduardo Lins e Silva, rebateu: "às vezes é necessário publicar uma foto como aquela, para despertar as pessoas. Ele não defende o uso frequente de imagens assim, mas em alguns momentos, para tratar de segurança pública, não é uma decisão editorial condenável."

O fato me faz lembrar o ataque terrorista que vitimou dezenas de pessoas nos trens de Madri há cerca de 5 anos. Na ocasião, Folha e Estado publicaram a mesma imagem na capa - produzida por uma agência de notícias. A polêmica surgiu porque um publicou a foto com uma cabeça decepada entre os trilhos enquanto o outro simplesmente limpou a imagem.

Penso que o sensacionalismo não informa, mas deforma e agride o leitor. É claro que alterar uma imagem não é o recurso mais adequado. Neste caso o mais correto seria optar por outra foto. Já no recente episódio da Folha de S. Paulo, acredito que a imagem poderia perfeitamente ser publicada no interior do jornal, pois apesar de marcante, ela não apresenta sinais de sangue e nem de violência explícita.

Sei que um cadáver sendo transportado daquela maneira, revolta - em especial os amigos e parentes da vítima - mas confesso que já vi coisas muito piores por aí. Para mim, o problema está em usar este apelo na capa do veículo, com o simples objetivo de impressionar e vender mais jornal.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

As disparidades na comunicação

Como sabem, estou desenvolvendo um artigo científico sobre mensuração de resultados em comunicação, com foco especial para assessoria de imprensa. Ontem dei início às entrevistas com as dez maiores agências de comunicação do Brasil com o objetivo de descobrir qual é a importância que elas dão ao tema e como procedem na hora de compilar e avaliar seus resultados.

O que noto desde já é que há uma grande disparidade entre os clientes. Empresas que estão preocupadíssimas com sua imagem, com o valor da reputação e da comunicação. Por outro lado, instituições que mal sabem a importância e o impacto da comunicação em seus negócios. Empresas que não exploram o potencial da comunicação em favor de seu planejamento estratégico.

Enquanto umas desenvolvem ferramentas inovadoras, criam softwares moderníssimos para monitorar o que andam dizendo delas por aí nas redes sociais, outras não se dão nem ao trabalho de contratar uma clipadora para captar os principais veículos de comunicação do país.

E vale salientar que não estamos falando de empresas pequenas que não dispõe de 700, 800 reais para contratar tal serviço. Estamos falando das gigantes, das milionárias que não investem em seus processos comunicacionais não porque não podem, mas porque simplesmente desconhecem ou ignoram o poder da comunicação.

Eis o cenário atual da comunicação empresarial. Um mundo de disparidades.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Comunicação olímpica

Alguns são contra, outros a favor. O fato é que, gostando ou não gostando, a Olímpiada 2016 será sim no Brasil. Como costumo adotar uma postura democrática para quase tudo em minha vida, veja o lado positivo e o negativo deste fato.

Primeiramente, seria infinitamente melhor usar os 29 bilhões de reais em infra-estrutura, saúde, saneamento básico e principalmente educação, do que construir estádios monumentais para mostrar ao mundo não o que somos, mas o que gostaríamos de ser. Realidade falsa e muito distante do cotidiano duro da grande maioria dos quase 180 milhões de brasileiros.

Por outro lado, durante pouco mais de 30 dias os olhos do mundo estarão voltados ao nosso país. Serão os nossos 15 segundos de fama. Uma oportunidade rara e única em toda a América Latina. O que vamos fazer com este curto tempo é o que vai nos fazer ver se o investimento realmente terá valido a pena.

Independentemente da decisão política, ficou evidente que além de motivos fortes, como nunca ter sediado uma Olimpíada, a comunicação foi um fator determinante para a vitória. E neste ponto as equipes envolvidas se superaram. A candidatura foi perfeita. Os vídeos encantadores. Toda a campanha de comunicação, chefiada pela Textual, foi impecável. Parabéns aos integrantes do grupo e sorte para os próximos sete anos de trabalho!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A interferência do cliente

O Banco do Brasil acaba de dar mais um belo exemplo da importância da comunicação empresarial com o cliente. A empresa acaba de reformular seu site com base em sugestões dos usuários.

Foram realizadas pesquisas para apontar os pontos eficientes e deficientes de seu portal. O resultado foi uma transformação geral. Agora o cliente pessoa física consegue acessar as informações de sua conta com apenas um clique. O layout também ficou bem mais clean.

O projeto foi desenvolvido pela TV1. Quem quiser conferir, acesse www.bb.com.br. Que outras empresas sigam o exemplo e ouçam seus clientes.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Melhores práticas em assessoria de imprensa

Reciclar é preciso. No campo profissional então, nem se fale. Por isso, a minha dica é um livro bem simples e didático da Editora Campus Elsevier "Manual Prático de Assessoria de Imprensa". As autoras Claudia Carvalho e Léa Maria Aarão Reis trazem uma leitura suave com dicas que muitas vezes passam despercebidas no cotidiano de uma assessoria de imprensa.

O livro trás ainda uma série de entrevistas com jornalistas renomados dando dicas de como as assessorias podem ser realmente úteis às redações. Posso garantir que esses toques podem fazer toda a diferença nestes relacionamentos.

Além disso, o livro apresenta uma reflexão sobre a assessoria de imprensa na era do blogs e da web 2.0, sendo uma ferramenta atualissíma. Recomendo a leitura!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ex-BBBs lucram com fim do diploma

O blogueiro de televisão Fábio Maksymczuk apresenta um texto divino hoje no Portal Imprensa. Atualizando o público sobre as novidades na telinha, o jornalista relata que mais um ex-BBB foi contratado como repórter especial na RedeTV! Agora foi a vez de Ana Carolina Madeira, a carente da vovó Naná na edição de 2009 do programa.

Também está no ar Jaqueline Khury (que passou nada mais, nada menos que míseros 7 dias no reality show da TV Globo) comando o programa Interligado, que estreou recentemente no horário das 14h. Flávia Viana (que recentemente virou cantora) também teve passagem pela emissora na apresentação do programa Esquenta.

Irís Stefanelli (a eterna Siri de Alemão) parece já ter conquistado cadeira cativa na emissora. Desde que saiu do reality, em 2007, a loira de sotaque forte está na posição de apresentadora do TV Fama.

Sabiamente, Fábio relata que é muito melhor encarar o confinamento que os duros, longos e caros quatro anos dentro de uma faculdade de comunicação. "Enquanto isso, muitos comunicadores, de verdade, engrossam as filas de desempregados que marcam a área dos profissionais de rádio e TV", concluindo o texto.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

As 10 melhores em jornalismo no Sudeste

O Portal Imprensa divulgou à pouco a relação das melhores faculdades de jornalismo da região Sudeste. Foram utilizados critérios como titulação e experiência profissional do corpo docente, infraestrutura e experiência laboratorial, projeto pedagógico e presença no mercado de trabalho.

Jornalistas freelancers foram contratados para visitar as faculdades e entrevistar os coordenadores de curso. Eles avaliaram as condições físicas, o currículo das disciplinas e os projetos de jornal laboratório. As informações foram incluídas em um banco de dados, utilizado como referência para ponderar e avaliar os critérios definidos por uma comissão de profissionais das áreas de jornalismo impresso, televisão, rádio, webjornalismo, assessoria de imprensa e do movimento sindical.

Além dos aspectos acadêmicos, o estudo valoriza projetos que tenham o reconhecimento do mercado de trabalho e as atribuições agregadas ao profissional de jornalismo, bem como os novos postos de trabalho, o domínio das várias plataformas e das tecnologias digitais.

O resultado:
01 Faculdade Casper Líbero, FCL (São Paulo, SP)
02 Universidade de São Paulo, USP (São Paulo, SP)
03 Pontifícia Univ. Católica de Campinas, PUC-Campinas (Campinas, SP)
04 Pontifícia Univ. Católica de São Paulo, PUC-SP (São Paulo, SP)
05 Pontifícia Univ. Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio (Rio de Janeiro, RJ)
06 Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo, SP)
07 Pontifícia Univ. Católica de Minas Gerais - PUC-MG (Belo Horizonte, MG)
08 Universidade Metodista de São Paulo - Umesp (S.Bernardo do Campo, SP)
09 Instituto Superior de Ciências Aplicadas - ISCA (Limeira, SP)
10 Centro Universitário de Belo Horizonte - UniBH (Belo Horizonte, MG)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Depois do Twitter, o Woofer

O Twitter pode já estar virando coisa do passado. Isso mesmo. Acaba de ser lançado o Woofer, sistema de macroblogs com posts de no mínimo 1400 caracteres.

A página é igualzinha a do Twitter e chega fazendo pressão com o pioneiro. Seu lançamento está sendo marcado pelo slogan "quando 140 caracteres não são suficientes", referindo-se diretamente à limitação imposta pelo Twitter.

Seu símbolo é um cachorro azul correndo atrás do já famoso pássaro do Twitter e o significado do nome Woofer é "late mais alto".

O Woofer é gerido pela empresa Join the Company, que diz ser especializada em websites de entretenimento. Até o momento o site registra quase 7000 usuários. Resta saber se vamos ter tanto o que falar...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Globo x Record

Nos últimos dias temos assistido aos telejornais das duas maiores redes de televisão aberta completamente atônitos. O jornalismo sério e ético deu lugar a um denuncismo barato e vergonhoso.

A retomada dos escândalos contra Edir Macedo fizeram com que Rede Globo, exibisse reportagens enormes em horário nobre, sendo exibidas exaustivamente em todos os telejornais do canal.

Como se não bastasse o vexame das denúncias, a Record decidiu comprar a briga e exibiu ontem um programa especial de ataques contra a Rede Globo. Quase uma hora e meia de reportagens que tentavam desmascarar o esquema de favorecimentos da emissora com as autoridades públicas.

Com isso, as duas emissoras assumem que ambas têm seus podres, mas estão dispostas a manter silêncio. Quando tudo corre bem, ninguém fala do outro. Ao menor sinal de incômodo, as armas misteriosamente saem das gavetas e a baixaria entra em ação.

Enquanto isso, o Senado vive dias de tranquilidade. Os meios de comunicação estão se engalfinhando entre si e fazendo de suas picuinhas as únicas notícias desse país. Certamente para eles não haveria momento mais oportuno para a montagem desse picadeiro. O duro é que nesse circo os palhaços somos nós.

Leia artigo completo em www.informamidia.com.br.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A prima pobre da comunicação

Todos os comunicadores sabem que a prima pobre da comunicação é a interna, quase sempre esquecida pelos empresários e muitas vezes pelos próprios comunicadores. Entretanto, felizmente tenho notado uma progressiva melhora.

Praticamente todos os órgãos de comunicação empresarial têm estimulado os profissionais com cursos, reportagens e artigos sobre o tema. Esse movimento têm feito com que as empresas tenham mais atenção com esta importante faceta da comunicação.

Um dos maiores atributos desse investimento é a significativa melhora do ambiente empresarial. Empresas que dispõe de ferramentas de comunicação interna geralmente possuem funcionários mais felizes e produtivos.

Convido quem tiver interesse sobre esse assunto a ler o meu artigo "Quem conta um conto, aumenta um ponto. A fofoca no ambiente empresarial" que está disponível no site da InformaMídia - http://www.informamidia.com.br/. O texto traz uma breve reflexão sobre as causas e como evitar a tão terrível rádio peão. Confira!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Mais uma vez, os Sarney...

O desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Dácio Vieira, proibiu o jornal O Estado de S. Paulo de veicular informações sobre a operação "Boi Barrica", da Polícia Federal. De acordo com a decisão, proferida na última sexta-feira, dia 31, o Estadão será punido em R$ 150 mil por cada notícia referente ao investigado Fernando Sarney.

A operação, iniciada em 2007, investiga possível caixa dois na campanha de Roseana Sarney nas eleições ao governo do Maranhão, em 2006. Uma investigação realizada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou movimentação atípica de R$ 3,5 milhões realizados por empresas da família na véspera do pleito.

Várias instituições de imprensa e de direito, como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) condenaram a medida que fere a liberdade de imprensa.

Assim fica fácil, jornalista não precisa de diploma e quando fizer qualquer coisa que possa prejudicar os políticos e sua corja, pedem proibição na Justiça. Palhaçada!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Universidade mineira desiste de curso de jornalismo

Apenas 14 alunos foram aprovados no processo seletivo para o curso de jornalismo da Uniube, Universidade de Uberaba. Diante do quadro, a Universidade decidiu simplesmente não oferecer o curso neste semestre.

Embora os vestibulares de meio do ano normalmente recebam menos inscritos, a baixa procura está significativamente atrelada a decisão do Supremo Tribunal Federal, que suspendeu a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão.

Ontem dei uma entrevista sobre esta questão e me pediram que deixasse uma mensagem aos estudantes e potenciais estudantes de jornalismo. Fui bem clara ao dizer que continuem perseguindo seus objetivos profissionais. Não se deixem abater por uma decisão ridícula e contraditória como essa.

A profissão de jornalista não é fácil, os ganhos não são altos, mas a satisfação pessoal alcançada por quem realmente ama o que faz é muito compensadora. Tenham sempre em mente que nunca faltará espaço para os melhores. Então, estudem cada vez mais, especializem-se e sejam sempre muito bons profissionais.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Mensuração de resultados em comunicação

Outro dia fui a uma festa e um dos convidados quis saber mais sobre o meu trabalho. Com muita calma, expliquei bem o que é uma assessoria de comunicação, como é o relacionamento com a imprensa, o desenvolvimento de canais via web 2.0 e todas as outras coisas que nós, profissionais da área, sabemos de cor, mas que os leigos desconhecem totalmente.

Ele ficou fascinado com as minhas explicações e demonstrou muito interesse pelo assunto. Diante de tanta surpresa e admiração, exclamou: "Nossa, que fantástico! Mas como você faz para mensurar isso? É tudo tão intangível...".

Ele tem razão. Não foi à toa que escolhi justamente este tema para o meu artigo científico de conclusão do curso de pós-graduação em comunicação empresarial. Sabemos que só o clipping, como conhecemos hoje, não é mais suficiente.

Por este motivo, quero propor a vocês que comecemos a debater sobre as metodologias de mensuração de resultados em comunicação empresarial. Gostaria que compartilhassem suas experiências, indicassem livros e outros materiais que possam me ajudar nessa nova saga. Posso contar com vocês?

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Twitando...

Já há algum tempo tenho refletido sobre o Twitter, a nova febre da internet. A ferramenta logo fez sucesso e conquistou importantes adeptos. Muitas empresas estão vendo nele a opção ideal para permancerem junto a seus públicos.

O número de usuários está cada dia maior e a rede tem se mostrado mesmo muito eficaz. Cada um segue e é seguido por quem bem entender. Usá-lo como aliado no trabalho, informativo, passatempo ou inutilidade é direito de cada um.

Pensando pelo lado da comunicação empresarial, vejo que se bem usada, essa pode ser a ferramenta ideal para dialogar com os stakeholders sem que seja por meio das famosas e destestáveis malas diretas ou pelos e-mail marketing.

Entretanto, particularmente, só indicaria o Twitter para um cliente se ele tivesse alto poder de geração de conteúdo. Estar lá, só por estar, não adianta. Melhor não entrar que simplesmente ser um perfil esquecido por lá.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Fragilidade no caso Dilma Rousseff

Mais uma polêmica gira em torno do jornalismo. Agora a bola da vez é a fragilidade do documento publicado pela Folha de S. Paulo em 05 de abril deste ano. O Jornal trouxe com destaque a suposta ficha criminal da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que entre outras bárbaries apresenta um plano para sequestrar Delfim Neto.

Mais que depressa, a ministra tratou de desmentir o documento apontando inclusive incongruência entre datas. Alguns jornalistas levantaram suspeita sobre a veracidade do documento e em 25 de abril a própria Folha de S. Paulo afirmou que não tem como garantir a legitimidade da ficha.

Ontem o ombudsman da Folha de São Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva, criticou a posição do jornal e defendeu a quebra do sigilo da fonte. “Se a Folha quer mesmo esclarecer o assunto, é simples: deve identificar a fonte que lhe enviou eletronicamente a ficha (assim, o público avaliará sua credibilidade) e instá-la a fornecer o documento original para exame de peritos isentos e pagos pelo jornal”, colocou. Dilma já fez isso. Contratou dois laudos técnicos que apontaram "manipulações tipográficas" e "fabricação digital".

Mais uma vez a imprensa assume a desconfortável posição de imatura e irresponsável. Criar polêmica a todo custo pode até vender mais exemplares no curto prazo, mas jamais contribuirá para a permanência de um veículo e muito menos para a importância social do jornalismo.

Se quiser amenizar essa vergonha, o mínimo que a Folha deve fazer é seguir os conselhos de seu ombusdman.

Fonte de imagem: Comunique-se.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Mestrado profissionalizante e estágio obrigatório

É, o povo resolveu correr atrás do prejuízo...

Uma Comissão criada pelo Ministério da Educação propõe a realização de mestrados profissionalizantes. Os cursos terão foco maior no mercado e não na acadêmia, como é atualmente. Assim, jornalistas por formação poderiam especializar-se em outras áreas e profissionais de outras áreas também podem cursar o mestrado em jornalismo.

“Essa proposta abre a possibilidade para que os jornalistas cursem mestrados em outras áreas e que, com o mestrado, profissionais de outra formação se especializem em jornalismo. Está de acordo com as tendências internacionais. Vejo isso como positivo”, avalia Carlos Chaparro, membro da Comissão.

Outra proposta é aumentar a carga horária dos cursos de jornalismo de 2.700 para 3.200 horas. Destas, 200 horas deverão ser cumpridas em estágios obrigatórios em veículos de comunicação.

O relatório deve ser entregue ao Ministério da Educação até 19 de agosto.

Fonte: Comunique-se.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sarney erra, mas a culpa é da imprensa!

Os acontecimentos envolvendo o presidente do Senado José Sarney são escandalosos, mas, protecionista, Lula tem a cara-de-pau de apontá-lo como vítima. Isso mesmo! Ele faz da máquina pública um verdadeiro cabidão de empregos, onde beneficia sua mãe, sobrinhas e um neto, mas o erro não é dele e sim da imprensa que divugou um "ato secreto".

Ora, agora as maracutaias dos políticos tem garantia em lei de permanecerem debaixo dos panos. E o pior, seus escândalos são acobertados pelo próprio presidente da República que em vez de atacar as mazelas de seu governo prefere protegê-las alegando que "que tem história não pode ser tratado como cidadão comum". Em curtas palavras isso quer dizer que quem já tem um histórico de picaretagem deve ser absolvido, diferentemente do cidadão comum, aquele que rala para pagar seus impostos e sustentar toda essa baixaria.

Mas, o que esperar de um governo que julga completamente dispensável o diploma de jornalismo? Está mais do que evidente que o que eles querem são maus profissionais, despreparados e cada vez mais incapazes de descobrir o que eles fazem em seus "atos secretos". Cenário mais confortável que esse, impossível.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Em busca da especialização...

Volto a bater na tecla que só estamos passando por essa humilhação em torno do fim da obrigatoriedade do diploma porque nós mesmos não soubemos honrar e zelar pela nossa categoria. Como disse, nós é que temos que nos especializar e não deixar que os especialistas tomem os nossos lugares.

Pois bem, a FAAP está oferecendo um curso gratuito para jornalistas na área de economia e negócios. O programa, intitulado de Agenda Brasil, tem duração de 20 semanas, com carga horária de 60 horas e aulas nas manhãs de segunda-feira.

O curso aborda temas como, gestão, fusões e aquisições, empreendedorismo, responsabilidade social, mercado financeiro, uso e estratégias de TI, marketing, entre outros assuntos.

As inscrições podem ser feitas até o dia 15 de julho nos seguintes e-mails: suelen.rodrigues@wnp.com.br, fabiana.dourado@wnp.com.br e viviane.laube@wnp.com.br. A seleção dos participantes será feita pela diretoria da FAAP-MBA.

O Tribunal de Contas da União (TCU) também está organizando um evento em Brasília no próximo dia 29/06 para explicar seu funcionamento aos jornalistas. Os interessados devem enviar um e-mail para imprensa@tcu.gov.br ou ligar para (61) 3316-7208 informando nome completo e veículo para o qual trabalha.

Não tem desculpa para não aprimorar seus conhecimentos e valorizar nosso diploma!

Fonte: Comunique-se

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Diploma de jornalista?

Depois do meu desabafo sobre o fim da obrigatoriedade do diploma recebi um e-mail um tanto importante do diretor da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Arcírio B. Gouvêa Neto. Com a sua autorização, resolvi publicá-lo no InformaBlog. Segue abaixo suas palavras.

"Somos uma classe completamente dispersa, indiferente e de nariz em pé, achando que é intocável e acima do bem e do mal. Centenas de casos pelo País inteiro pipocam a todo instante na comissão e os coleguinhas não estão nem aí para os problemas de seus companheiros de redação. Querem simplesmente sentar na cadeira, bater suas matérias no computador, se beneficiar das mordomias da profissão (em muitos casos, até financeiramente) e ir embora curtir sua vida, no fim do dia. O resto que se....oda.

Não participaram das questões que envolveram a decisão do STF, não acompanharam o processo, e muitos, talvez a grande maioria, nem sabiam o que estava acontecendo. Nunca se mobilizaram. Somos uma classe extremamente desunida, que não se mobiliza pra nada, passiva, sem força nem decisão. Era pra estar na rua, era pra fazer um tremendo estardalhaço, forçar que a decisão fosse diferente, mas nas ruas e não simplesmente comentar entre uma cerveja e outra na mesa de um bar. Agora é tarde e serve pra que os companheiros acordem, ainda mais agora, que foram comparados aos cozinheiros (se não me engano. E nada contra os cozinheiros). Mas a frase do malfeitor e bandoleiro, Gilmar Mendes, serve pra muita gente abaixar o nariz.Profissionais Despreparados.

Outra coisa: nossa profissão (e tenho 30 anos de jornalismo) vem sendo desqualificada nesses últimos tempos, esculhambada e com profissionais completamente despreparados para a atividade que exercem. Essas faculdades de comunicação não funcionam, querem apenas dinheiro e botam no mercado uma leva de sonhadores sem nenhuma competência, que nem imaginam o que encontrarão pela frente no dia a dia da atividade. Erros terríveis de português são comuns diariamente na mídia, erros elementares, ginasianos, inadmissíveis em jornalistas. E como não têm, portanto, o jornalismo na veia, até por estarem as redações lotadas de estagiários, descompromissados com a profissão e mais preocupados com baladas e futilidades ipodianas, deixaram a coisa degringolar dessa forma.

Para terminar, participo de várias reuniões, tanto na ABI como no Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, e sempre encontro as mesmas pessoas, em sua maioria, acima dos 40 anos. Pergunto: onde está todo mundo? Onde estão os milhares de jornalistas formados a todo ano por esse Brasil? Sempre escuto, quando vou a algum evento envolvendo alunos de comunicação, estarrecido, a mesma pergunta: "Mas o que é ABI?". "Pra que serve o sindicato?". Penso: "Quando morrermos quem assumirá essas entidades"? Elas não nos pertencem, são da categoria, mas onde está a categoria? Quando entendermos que o mundo é uma grande cooperativa e ninguém sobrevive sozinho talvez consigamos tirar nossa profissão do túmulo. PS – A tempo – não vamos jogar a culpa toda naqueles com menos de 40. Faço a mesma pergunta, desta vez, com um enfoque um pouco diferente: onde estão também os medalhões do jornalismo? Aquelas figuras pomposas e altaneiras que emolduram as telas dos telejornais diários e o mundo do jornalismo? Onde estiveram todos eles que não se manifestaram durante o processo de julgamento da ação no STF? Deixaram que a Fenaj, os sindicatos estaduais e a ABI resolvessem o problema sozinhas, quando eles, com seu prestígio e influência, poderiam ter mudado os rumos do navio e salvado seus tripulantes do naufrágio?

Espero ter ajudado!

Arcírio B. Gouvêa Neto(arciriogouvea@jornalsobretudo.com)"

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O fim do diploma e do bom senso

Gostaria de convidar os oito ministros do Supremo Tribunal Federal que votaram contra a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para viajarem num avião conduzido por um "piloto" sem formação ou para se consultarem com um "médico" que não cursou medicina. Ora, se para eles o estudo é tão desnecessário, creio que não se importariam em serem servidos por profissionais despreparados.

Justo eles que vivem preocupados com a exposição negativa na mídia, que vivem se justificando por suas gafes, deveriam ter sido bem mais cautelosos ao definir os rumos do tido como quarto poder do Estado brasileiro, a imprensa. Mas, bom senso é algo que parece simplesmente não existir no governo desse país.

Cada dia há um escândalo novo. Um que está se lixando para a opinião pública, ministros do STF que se engalfinham em frente às câmeras de TV, outros ainda que tem a cara de pau de defender cabidões de emprego no setor público. Sinceramente, não podia esperar absolutamente nada desses "profissionais" (entre aspas sim, porque nem sei se eles podem ser assim chamados).

Entretanto, não quero ser hipócrita. Alguns deles até tem razão quando dizem que estudo não é garantia de ética e profissionalismo. E não é mesmo. Isso tem muito a ver com caráter, educação familiar, convivência social, mas também com formação.

Médicos formados comentem erros fatais. Pilotos experientes também derrubam aviões. Mas convenhamos que a probabilidade disso acontecer é infinitamente maior quando falamos de profissionais sem formação. Agora, se mesmo bem preparado o ser humano é passível de falha, imagine então se ele não estudar?!

Isso quer dizer que devemos estudar cada vez mais para minimizar nossas chances de erro (que podem ser tão letais quanto as de um médico ou um piloto. Inúmeros casos da história da imprensa brasileira comprovam isso) e não simplesmente ignorar a formação acadêmica!

Não posso negar que nós, jornalistas, demos brecha. Nisso os profissionais de comunicação empresarial estão se saindo muito melhor que os da redação. Raramente vemos repórteres ou editores voltando para as universidades em busca de especializações e muito menos em outras formações. Se quero ser um bom jornalista de economia, tenho que entender economia. Se cubro a área de saúde, devo ter conhecimentos profundos sobre a área. Ou seja, jornalista nunca será mesmo uma profissão completa. Nós é que temos que correr atrás de algo que nos complete. Nada de profissionais "genéricos"!

Se nós tívessemos nos preocupado mais com isso, não deixaríamos nossos lugares vagos para os economistas, para os consultores de moda e muito menos para as celebridades instantâneas (com ex-BBBs que viram repórteres, apresentadoras). Se estamos passando por essa lamentável situação, a culpa também é nossa.

Somos profissionais de comunicação, cuidamos da imagem de todo mundo e nos esquecemos da nossa própria imagem! Fizemos com que a sociedade nos visse como profissionais facilmente substituíveis. Com uma formação que não agrega em absolutamente nada. Infelizmente, fizemos espetos de pau na nossa casa de ferreiros.

Se ainda nos restar um pingo de bom senso, (coisa que eu jamais esperaria dos governantes) proponho que comecemos já a mostrar a nossa verdadeira face para a sociedade. Temos que provar que somos sim muito importantes e que a qualidade e credibilidade da informação nesse país depende de profissionais formados e muito bem preparados. Para isso, além de cuidar da nossa imagem, temos que estudar mais. Só a especialização nos fará vencer essa guerra que vai muito além do simples fato de um papel ser obrigatório ou não. Estamos falando do resgate da moral da nossa categoria.

Vamos refletir sobre isso.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ainda há chances para a Gazeta Mercantil?

No último dia 01 de junho vimos o fim de um dos jornais econômicos mais importantes do país. A Gazeta Mercantil, com mais de oito décadas de existência e 70 mil exemplares, deixou de circular. Problemas de gerenciamento que se arrastavam há anos acabaram culminando no fim da circulação do periódico. A estimativa é que suas dívidas trabalhistas ultrapassem a cifra dos 400 milhões de reais (segundo a edição 945 da Revista Exame).

Desde 2003, a Gazeta Mercantil estava sob o controle da CBM - Companhia Brasileira de Multimídia, do empresário Nelson Tanure. A empresa realizou mudanças administrativas e também na redação do jornal. Como se nega a arcar com as dívidas contraídas antes de sua gestão, a CBM devolveu o título para as mãos de Luiz Fernando Levy.

Levy diz que procura investidores para reeditar o periódico, mas que ele não estará entre os sócios. Segundo suas previsões, a Gazeta Mercantil deverá voltar a circular ainda este ano, em agosto.

Os funcionários receberam férias de 30 dias, renováveis por mais 30. A CBM anunciou que grande parte dos trabalhadores serão transferidos para outros títulos do grupo, que também gere a Editora Peixes e o Jornal do Brasil.

A nós, resta apenas a torcida para que a Gazeta Mercantil se recupere e volte a circular. Além de garantir emprego para muitos jornalistas, sua volta significará o pluralismo no jornalismo econômico, atualmente exercido apenas por seu principal concorrente, o Valor Econômico.

terça-feira, 16 de junho de 2009

O blog da Petrobras

Se tem um assunto que está gerando polêmica nos últimos dias é o blog da Petrobras, intitulado de Fatos e Dados. A proposta é a de oferecer à população em geral todas as notícias e informações sobre os acontecimentos da empresa. Uma estratégia bastante ousada para quem está em meio a uma Comissão Parlamentar de Inquérito, a famosa CPI. O conteúdo é gerenciado pela agência CDN, contratada pela Petrobrás para dar vida ao novo canal de comunicação.

Há tempos profissionais de comunicação empresarial discutiam sobre os motivos dos blogs corporativos não terem conquistado as companhias brasileiras como aconteceu nos Estados Unidos. Até então, o único blog corporativo de expressão no país era o da Tecnisa (já apresentado pelo InformaBlog). Mas agora parece que a maior empresa brasileira se rendeu à tecnologia e abriu caminho para que muitas outras também trilhem pelas possibilidades oferecidas pela internet.

Entretanto, a grande polêmica gerada pelo blog é que a empresa passou a publicar trechos das entrevistas que eram concedidas à imprensa. A atitude gerou centenas de reclamações de grandes veículos. Os jornalistas acharam a ação antiética por furar os próprios veículos. Depois de muita discussão, a Petrobras decidiu publicar as entrevistas a partir das 0h, horário de fechamento dos veículos.

A questão merece um debate mais aprofundado. A comunidade jornalística e de comunicação empresarial deve sim debater as novas problemáticas éticas que surgem com o uso da tecnologia. Toda inovação precisa ser analisada e discutida para que suas regras surjam de uma maneira ética, responsável e principalmente democrática.

Polêmica à parte, a atitude de lançar um blog (em especial em meio a uma CPI) é louvável. Isso demonstra que as empresas não precisam mais ser reféns da imprensa. Todos sabemos que por mais imparcial que deve ser o jornalismo ele nunca deixa suas tendenciosidades de lado. Publicar as entrevistas no blog, dar a sua versão sobre seus fatos e dados é nada mais que dar à sociedade o direito de cruzar informações. É o fim da comunicação unilateral, onde a imprensa é quem dá as cartas e às empresas resta apenas solicitar o direito de resposta, erratas, etc. É a evolução e a democratização da palavra.

O endereço: http://petrobrasfatosedados.wordpress.com/. Como empresa pública, é seu direito e dever ficar à par dos acontecimentos.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Um formato nada Fantástico...

Não sei o que estão achando do atual formato do Fantástico, mas eu, definitivamente, estou detestando. Colocar aquele monte de artistas no estúdio descaracterizou totalmente o estilo jornalistíco do programa. Se a intenção era ser uma revista eletrônica semanal, eles conseguiram. Mas agora são uma revista chata, daquelas de fofoca barata.

A Regina Casé é maravihosa e, como é próprio dela, super original. A idéia de falar sobre tendências em geral é muito boa, mas até isso ficou perdido em meio a tanta bobagem e inutilidade. Esse quadro deveria entrar para quebrar a dureza do jornalismo, seria uma coluna bem humorada dentro de um conteúdo informativo.

O quadro Mudança Geral, exibido até a semana passada, deveria estimular o próprio programa a se repaginar. Colocar uma família para mudar e melhorar seus hábitos até seria legal se aquilo não tivesse virado um Big Brother familiar. Várias cenas foram totalmente dispensáveis à utilidade pública.

Particularmente também não gosto da postura dos apresentadores. Saudades da Glória Maria e do Pedro Bial (que se perdeu entre os seus "heróis confinados"). O Zeca Camargo é ótimo para viagens e coberturas culturais, que permitem uma intervenção maior na situação. Como apresentador, para mim é uma negação. A Patrícia Poeta também não me parece preparada para tal responsabilidade. Falta amadurecimento e vivência jornalística para ocupar um cargo desses.

Enfim, meus finais de domingo estão bem mais desinteressantes.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Gestão de crise no voo 447

Toda vez que uma grande tragédia é anunciada, penso logo nos assessores de imprensa que terão de ralar dia e noite para conter os efeitos da crise sobre a imagem da companhia. Isso é o que estamos acompanhando desde segunda-feira passada, quando um avião da Air France que saiu do Rio de Janeiro com destino a Paris, simplesmente não chegou ao seu destino.

A empresa tem trabalhado duramente, sempre respeitando os governos brasileiro e frânces, já que esse é um problema envolvendo múltiplas nacionalidades. Lidar com as legislações de cada um deles em meio a uma série de famílias desesperadas por informações sobre seus entes queridos não é nada fácil. Mas a Air France tem demonstrado habilidade e competência para isso.

Essa tragédia só vem a reforçar o que sabemos sobre gerencimento de crise: as pessoas em primeiro lugar. É óbvio que é importantíssimo esclarecer as causas do acidente, mas mais que isso, é preciso amenizar a dor das famílias dando a elas pelo menos a chance de sepultarem seus entes (embora seja praticamente impossível localizar todos os corpos).

A seriedade nas buscas, as condolências e a transparência nas informações (embora estejam bastante desencontradas em especial pela dificuldade da operação) são primordiais. Se esses itens forem bem trabalhados, sem dúvida as marcas não serão tão negativas.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A má vontade nas assessorias de imprensa

Semana passada divulguei uma nota para a imprensa para que os jornalistas de redação também conhecessem o InformaBlog. Para minha surpresa, muitos retornaram com elogios sobre a iniciativa e com dicas sobre posts. A "sugestão de pauta" que mais me chamou a atenção foi a de uma jornalista (prefiro não identificá-la) da TV Record de São Paulo.

Indignada com a má vontade e a falta de profissionalismo nas assessorias de imprensa, a profissional reclama da demora no retorno e muitas vezes até da ausência do mesmo. Engana-se quem pensa que ela se refere a pequenas empresas e assessorias de pequeno porte. A falta de cooperação vem das grandes companhias e entidades de renome. O descaso é tanto que ela chega a implorar por um retorno, mesmo que ele seja negativo.

Outra reclamação é que quando ela liga nas assessorias para pedir mais informações, é orientada a ler o release pois todas as informações estão contidas ali. Segundo ela, as pessoas estão tão mal preparadas para atender a imprensa que nem percebem que o que ela deseja é uma entrevista com o responsável pela empresa para checar se o assunto realmente rende uma pauta para seu veículo ou não.

Para mim, pior que isso é quando o jornalista liga para a assessoria, explica tudo o que precisa e depois de longos minutos de conversa, o assessor simplesmente pede para que ele coloque tudo aquilo num e-mail para que só então a solicitação seja registrada e o atendimento se inicie.

Enfim, não é à toa que essa relação entre jornalistas e assessores seja tão turbulenta...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

A memória em meio a rotatividade de funcionários

Aquela velha história de trabalhar 20, 30 anos numa mesma empresa já não faz mais parte dos planos das gerações atuais. A rotatividade no mercado de trabalho está cada vez mais acelerada. Hoje o profissional está numa empresa, com acesso a todas as informações estratégicas da instituição, e no dia seguinte vai trabalhar na concorrência.

Esse vaivém desperta para cuidados na gestão das informações. Assim como pode levar informações importantes para os concorrentes, os profissionais que migram entre diversas instituições acabam levando consigo algumas informações que deveriam ter sido compartilhadas com seus grupos de trabalho (o mesmo acontece quando se aposentam). É por isso que toda vez que se perde um profissional materializa-se uma perda que vai muito além do talento, mas chega ao âmbito das informações que foram acumuladas ao longo do trabalho.

Como não dá para evitar esses processos migratórios, a empresa vê-se obrigada a implantar sistemas para gerenciamento de informações. E isso tem muito a ver com a preservação da memória empresarial. Cada empresa precisa buscar maneiras para preservar suas informações e memória. Nesse sentido, os departamentos voltados à informática e tecnologia podem ajudar. Desenvolver softwares para preservar e gerir as informações corretamente de acordo com as necessidades empresariais é vital para o gerenciamento da empresa num médio e longo prazo.
Como diz o Doutor em Comunicação Wilson Bueno, "o valor da informação aumenta quando há uma combinação de informações". Eis os benefícios de uma correta gestão de informações estratégicas.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O amadorismo na comunicação corporativa

Se tem uma coisa que me deixa profundamente irritada é ouvir dizer que qualquer um pode mandar uma "notinha" para a imprensa ou escrever um "jornalzinho" para clientes ou funcionários.

E o pior é que infelizmente este é um fenômeno para lá de comum em grande parte das empresas. É tudo na base do "jeitinho" e da negociação infinita de valores fazendo com que a comunicação seja comercializada quase que como as bananas numa feira livre. Quem oferecer mais por menos, leva o cliente.

A qualidade nem sempre (ou quase nunca) é levada em questão. Estamos vivendo a fase dos empregos para estagiários. Quando se formar, estará demitido. E outro estagiário ocupará seu lugar.

Absolutamente nada contra os estagiários, muito pelo contrário. Tenho vergonha de ver o quanto são explorados e obrigados a assumir funções que vão muito além do que sua pouca experiência permitiria.

Enfim, vamos vivendo curtos ciclos. Durante três anos você é o chefe. Comanda tudo, dá as ordens. Quando finalmente colocar as mãos no diploma, vai ter que assinar também o contrato de fim do estágio. E aí, estará com um currículo nas mãos para tentar novas oportunidades. Oportunidades essas que estão cada vez mais raras. Com a desculpa da crise, tem muita empresa substituindo profissionais formados pela baratíssima mão de obra "escraviária".

Afinal, para mandar "notinhas" e fazer "jornaizinhos" eles mesmos servem. E se não sobrar 500 reais para contratar o estudante, "nóis memo fazemo". Lástima.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O que os jornalistas pensam do follow up...

Há alguns dias coloquei o follow up em questão aqui no InformaBlog. Para minha surpresa, ontem um leitor deste espaço, o Rodrigo Capella, me contatou para contar que escreveu um livro sobre assessoria de imprensa - Assessor de Imprensa – Fonte qualificada para uma boa notícia - e que fez uma pesquisa sobre esse assunto.

Mais de 73% dos entrevistados, composto por jornalistas e assessores, disseram que ambos devem se comunicar via e-mail e telefone. Entretanto, quase 27% dos jornalistas afirmaram que não gostam de receber essas ligações. A principal motivação seria a falta de tempo para falar ao telefone.

Segundo Capella, esse cenário indica que os jornalistas não querem receber ligações pois elas podem, em alguns casos, atrapalhar o dia-a-dia do profissional de redação. "Mas, mesmo assim, os assessores apostam nesse tipo de ferramenta como forma de diferenciar o seu conteúdo e tentar emplacar pautas", acredita.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Gestão estratégica?

Estratégia é uma das palavras mais usadas nas organizações ultimamente. No entanto, um estudo realizado pela consultoria global de negócios Hay Group, mostra que 80% dos gestores seniores das 350 maiores empresas da Inglaterra acreditam que a organização não será capaz de cumprir os seus objetivos estratégicos.

Sabe o motivo? Cerca de um terço dos gestores não compreendem a estratégia corporativa o suficiente para implementá-la. “Isso sugere uma falha na comunicação em que as mensagens se perdem em um efeito cascata na empresa”, afirma Rolando Pelliccia, diretor-executivo do Hay Group.

Tão ruim quanto isso foi o estudo descobrir que não há alinhamento entre os gestores. Cerca de 44% deles afirmaram que só iriam cooperar com os seus colegas se fossem forçados a isso, e 6% planejam sabotar ou resistir aos planos apresentados. Além disso, o estudo apontou que 63% dos líderes passam menos da metade do tempo de trabalho pensando no negócio como um todo.

Será que o mesmo não acontece no Brasil?

Fonte: Newsletter MetaAnalise

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Festival de blogs!

Como sabem, o InformaBlog está participando do prêmio TopBlog, uma iniciativa que visa reconhecer e valorizar o trabalho do blogueiro que compartilha seus conhecimentos e contribui para a formação de seus leitores.

Achei a idéia fascinante principalmente porque os vencedores não serão apenas os mais votados pelo público. Os blogs passarão por um júri acadêmico que avaliará a relevância do conteúdo, o layout, a apresentação das idéias, enfim, uma série de itens importantíssimos.

Fui dar uma espiada na concorrência e vi muita coisa boa. O prêmio está dividido em várias categorias, entre elas esporte, variedade, celebridades. O InformaBlog participa na categoria comunicação.

Votem e espalhem essa notícia!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A dura relação entre jornalistas e assessores

Logo na minha primeira experiência na área de comunicação - como estagiária de uma assessoria de imprensa - notei o quanto a relação entre jornalistas de redação e assessores de imprensa era complicada. A sensação que tinha era a de que os próprios assessores se sentiam inferiores aos que estavam nas redações. Ficou subentendido para mim que assessorias de imprensa era lugar de jornalistas infelizes com a profissão.

Felizmente, ao contrário da maioria, eu me sentia muito feliz ali. Entretanto, ao longo dos lugares por onde passei vi muitos repórteres e editores maltratando assessores, muitos assessores se humilhando para incluir seus clientes em reportagens, clientes pressionando assessores para entrarem nos melhores veículos ou até mesmo ameaçando cortes de contratato (e cumprindo as ameaças) caso o assessor não suspendesse uma entrevista mal dada. Enfim, um trabalho sem estratégia e muitas vezes sem escrúpulos.

Para minha sorte, encontrei muita gente boa e competente nessa área que me fizeram entender o ofício da assessoria de imprensa em sua verdadeira face. Como um trabalho realmente estratégico, que fortalece a marca e a relação com os stakeholderes - e não mais como uma briga sem limites por espaços editoriais. Hoje posso dizer que meu trabalho como assessora de imprensa é relevante para a mídia, para a sociedade e para meus clientes. E mais, sou assessora porque escolhi isso para a minha carreira e não porque não tive oportunidades na redação.

Caso você, leitor, ainda não tenha entendido a relevância do trabalho do assessor de imprensa e está infeliz com sua profissão, tenho uma sugestão. Procure trabalhar em busca de resultados concretos e verdadeiros e não por um clipping cada vez mais maior. Venda para o seu cliente um serviço de fortalecimento de imagem e não a inserção no veículo x ou y. Mostre que seu trabalho pode e deve ir muito além de números astronômicos na centimetragem. Prove que a assessoria de imprensa pode ser muito mais que tudo isso.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

O futuro da propaganda

A edição 941 da Revista Exame traz uma matéria muito interessante sobre as inúmeras tentativas em conter a propaganda. Depois de fechar o cerco aos alimentos gordurosos e às bebidas alcoólicas, o foco agora são os medicamentos que não necessitam de prescrição médica, como os analgésicos.

Obviamente todo bom jogo necessita de regras claras. No entanto, neste caso, as regras são ainda um tanto obscuras e nem tão convincentes quanto deveriam. A primeira questão é, será que a Anvisa é mesmo o órgão mais adequado para impor essas restrições? Não seria mais adequado envolver ministérios e associações voltadas para a gestão da comunicação e propaganda?

O que me parece é que estamos vivendo numa era ditatorial, de censura mesmo. A propaganda está simplesmente sendo censurada em função dos malefícios que seus produtos podem causar se forem consumidos inadequadamente. Ora, está mais do que claro que proibir é infinitamente mais fácil e barato que educar.

Entretanto, está ficando esquecida a questão de que os meios jornalísticos são sustentados quase em sua totalidade pelos recursos advindos da propaganda. Cercear anúncios de modo impensado e desprovido de embasamentos teóricos e reflexivos pode sim comprometer não só o futuro da propaganda como da mídia como um todo. A questão é mais grave do que podemos imaginar.

Não quero com isso parecer que sou à favor da liberdade total. Pelo contrário, acho sim que nossas crianças devem ser poupadas de determinadas campanhas publicitárias, que as empresas deveriam investir um pouco menos em propaganda e mais na educação de seus consumidores.Mas o grande centro da questão é: como isso deve acontecer e quem deve estabelecer as regras do jogo?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Por que tantos querem ser jornalistas?

O Comunique-se traz hoje um texto impecável de Ricardo Kotsho sobre a febre dos cursos de jornalismo. Desde que prestei vestibular, em 2002, este já era um dos cursos mais disputados, sendo que na USP só perdia para medicina. Sete anos depois parece que nada mudou. Uma multidão de jovens está vendo nessa carreira a solução para todos os seus problemas.

Como Kotsho bem colocou, parece que o que motiva esses estudantes hoje não é mais o idealismo e a vontade de mudar o mundo como tínhamos antigamente. Atualmente, o que seduz na profissão do momento é a chance de aparecer na TV Globo ou ter um texto publicado em veículos de grande circulação. Enfim, os tão sonhados 15 minutos de fama.

No entanto, o que preocupa é a qualidade da formação desses profissionais e principalmente, haverá emprego para toda essa gente? E outra, por que tantos estão procurando os cursos de jornalismo se estamos vendo a diminuição dos jornais impressos e até mesmo a não obrigatoriedade do diploma?

Quem tiver interesse nesse assunto, procure esse texto no Comunique-se. Vale muito a pena ler. http://www.comunique-se.com.br/

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O poder dos flash mobs

Pessoas sem calça em pleno Metrô de São Paulo no horário de pico. Essa foi a cena vista por muitos passageiros que circulavam pela linha Verde ontem por volta das 19h. Mais de 400 pessoas aderiram ao No Pants Day, um evento totalmente combinado pela internet.

Para minha surpresa, hoje descobri que uma amiga minha era uma das líderes do evento. Aproveitei para fazer algumas perguntinhas e resolvi pesquisar um pouco sobre os flash mobs, essas "mobilizações relâmpagos". (Ela está convidada a postar comentários e interagir com os leitores do InformaBlog)

O primeiro flash mob aconteceu em 2003, em Nova York. Na ocasião, cerca de 200 pessoas combinaram via internet e mensagens de celular de se encontrarem na sessão de tapetes de uma determinada loja em busca de um "carpete do amor". No Brasil, o primeiro flash mob reuniu mais de 50 pessoas no cruzamento da Rua Augusta com a Av. Paulista atravessando a rua descalços e batendo os sapatos no chão com as mãos.

O fenômeno é alvo de estudos como modelo de publicidade. Isso mesmo, empresas privadas que patrocinam esse tipo de iniciativa para promoverem sua marca. Já teve até guerra de travesseiros patrocinada por fabricantes do produto. E com a internet, os flash mobs têm cada vez mais chances de dar certo. É algo para nós, profissionais de comunicação empresarial, pensarmos. Quem sabe não estamos diante de mais uma ferramenta de comunicação.

PS: Só para esclarecer, o No Pants não tinha nenhum objetivo de protesto ou menos ainda de promover pornografia. Os participantes usaram roupas íntimas muito bem comportadas, como cuecas samba calção e calcinhas de algodão com estampas de bichinhos. O objetivo era apenas fazer as pessoas rirem no Metrô. Ou seja, quebrar o gelo da volta para a casa de uma quinta-feira. O duro é que ontem foi o dia mais frio do ano...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Comunicação interna em processos de fusão

Praticamente todos os dias temos ouvido falar em fusões e aquisições. Mais do que estar na moda, esse se tornou um dos recursos mais usados para enfrentar os tempos de crise financeira. Alguns, fadados à falência se colocam à venda, outros buscam parceiros para sobreviverem.

Nesse cenário entra em ação uma peça fundamental: a comunicação interna. Afinal, o clima de insegurança é generalizado e as pessoas costumam ficar divididas entre o universo do "não mais" (nada vai ser como antes, saudosismo) e do "ainda não" (não sei exatamente como vai ser o futuro). Enfim, o presente parece mais um castigo.

Aproveitei esse assunto para apresentar um trabalho na pós. Falamos sobre a aquisição do BankBoston pelo Itaú. Poderia ter falado de um caso mais recente, como a fusão com o Unibanco ou mesmo entre o Santander e Real, mas quis pegar um case completo, onde já temos uma conclusão conhecida.

O cenário era bastante interessante. O Boston, filial de um banco norte-americano com apenas 5 mil funcionários e uma carteira de 184 mil clientes de alta renda. O Itaú, um brasileiro gigante do varejo com mais de 59 mil funcionários e 21 milhões de clientes (dados de 2006, quando houve a fusão). E mais: 97% dos funcionários tinham orgulho de trabalhar no Boston e 94% dos clientes estavam satisfeitos com o banco. Se dizem que em time que está ganhando não se mexe, o Itaú teve que mexer.

O case rendeu vários prêmios em especial pela troca recorde da marca que por uma decisão contratual aconteceu em único fim de semana. Imaginem, os funcionários sairam do Boston na sexta e na segunda chegaram para trabalhar no Itaú. Em menos de 15 dias a marca BankBoston havia simplesmente desaparecido tanto para funcionários quanto para clientes.

O projeto de comunicação interna foi louvável. Uma série de ações para receber e integrar os novos funcionários. Houve até explanação presencial com o presidente do Boston a todos os funcionários. Técnicamente perfeito.

No entanto, os choques culturais vão muito além de um plano de comunicação bem feito. E contra isso não há muito o que fazer. O Itaú reservou 10 milhões de dólares para usar em programas de retenção de talento dos executivos do Boston, entre aumentos de salário e bonificações. Mesmo assim, apenas 72% dos funcionários continuaram no Itaú durante a fusão. Destes, apenas 88% continuavam no banco em janeiro de 2008.

Quero mostrar com isso que a comunicação interna pode sim ser decisiva, mas há valores imutáveis e cultura é uma coisa infinitamente particular. Alguns se adaptam, outros não. Enfim, nunca haverá um processo de fusão ou aquisição capaz de agradar a gregos e troianos. Mas, nosso papel como comunicadores e reduzir as perdas ao máximo. Sempre.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Empreendedorismo na comunicação

Durantes os quatro anos em que cursei jornalismo sempre tive alguma idéias empreendedoras. Tanto que logo no primeiro ano de formada decidi criar a InformaMídia. Enquanto isso, meus colegas disputavam as poucas vagas que haviam nas redações. Outros se rendiam ao ofício de assessores de imprensa (por pura necessidade e não por prazer) sem fazer a menor questão de ao menos disfarçar que não estavam nem um pouco felizes com o rumo que deram às suas carreiras.

Aqueles que conseguiam se empregar nas grandes redações - mesmo que para receber salários miseráveis e trabalhar madrugadas a dentro e fins de semana - se sentiam os top of mind... Já os assessores de imprensa aproveitavam até mesmo o follow up para fazer contatos com editores e quem sabe angariar uma tão sonhada vaguinha na redação. Enfim, assessoria de imprensa era coisa de gente frustrada e empreededorismo algo que nem mesmo passava pela cabeça da maioria.

Quando decidi pedir as contas para montar uma agência de comunicação empresarial, maluca foi o apelido menos agressivo que ouvi. Como alguém poderia abrir mão de um emprego sólido para se aventurar como freelancer, sem horário para cumprir e sem salário para esperar no fim do mês.

Confesso que foi mesmo uma decisão ousada da minha parte. Mas se eu não tentasse jamais saberia se aquilo daria certo. Então, ergui as mangas e abracei o desafio. Não vou dizer que foi fácil, pois não é mesmo. A primeira preocupação é ter uma reserva financeira porque você nunca sabe quando vai cair dinheiro na sua conta, mas as dívidas estão lá, firmes e fortes todos os meses.

Mais do que com dinheiro eu me preocupava com o fato de trabalhar sozinha, sem ter com quem dividir minhas idéias e dúvidas. Pior, não ter para quem contar como foi o fim de semana. O período de adaptação foi bem díficil, mas minha determinação era enorme e persisto nisso até hoje.

Resolvi discorrer um pouco sobre isso porque tenho visto muita gente querendo desistir da profissão porque o mercado não tem colaborado. Ora, o mercado não tem sido fácil para ninguém mesmo, mas desistir não é o melhor caminho. O que precisamos é enxergar além das redações, das gigantescas assessorias de imprensa ou mesmo das concorridas vagas em departamentos internos de comunicação.

É como sempre digo, pode não ter emprego, mas trabalho nunca vai faltar. Temos que treinar nossos olhos para ver todas as possiblidades que nossa área apresenta. Um livro que ajuda e muito nessa nova maneira de encarar os desafios é "Jornalismo Freelance", de João Marcos Rainho. É praticamente uma leitura obrigatória para quem quer se aventurar no empreendedorismo da comunicação. Todo desafio exige cautela e planejamento e Rainho mostra muito bem isso.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O questionado follow up

Uma das práticas mais controversas na prática de assessoria de imprensa é o follow up. Aquela lista interminável de veículos para ligar deixa o assessor se sentindo um verdadeiro operador de telemarketing. E o pior, a receptividade dos que recebem os telefonemas é igual ao até pior que a dos consumidores já acostumados com os gerundismos das centrais telefônicas.

Não dúvido que, se fosse possível, a nova lei do telemarketing (que dá direito ao consumidor de cadastrar seus números de telefone numa lista que proíbe essas ligações) seria amplamente adotada pelas redações.

Mas afinal, o follow up é bom ou ruim? Como já estive dos dois lados do balcão (na assessoria e na redação) consigo enxergar as duas faces dessa moeda e posso concluir que muitas vezes ele funciona como um remédio amargo tanto para assessores quanto repórteres e editores, porém, necessário.

O assessor precisa diferenciar suas pautas dos milhões de releases que chegam às redações todos os dias por e-mail. E nada melhor que um contato mais próximo, por telefone, para fazer isso. O jornalista pode até estar mega ocupado, mas muitas vezes, são essas ligações que o salvam com uma bela sugestão de reportagem.

Contudo, para minimizar os desconfortos entre ambos, acho que nada melhor que o bom senso. Evitar ligar nos horários de fechamento, oferecer pautas que sejam pertinentes ao perfil do veículo, manter a educação acima de qualquer circunstância e outras regrinhas básicas de etiqueta contribuem e muito para a manutenção de um relacionamento saudável e o melhor, produtivo para ambos.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Blogs corporativos

Fui convidada para dar uma entrevista em um canal fechado hoje de manhã sobre blogs. Embora o InformaBlog ainda não seja nenhum fenômeno da internet, sua importância já rendeu o convite. Entre os diversos assuntos pelos quais o apresentador e eu passamos, falamos sobre os blogs corporativos.

Nos EUA isso já virou febre, mas no Brasil a ferramenta parece atrair poucas empresas. Não saberia dizer exatamente porque, mas acho que nossos executivos não se sentem à vontade para exporem suas agendas empresariais na internet. Uma pena.

Vejo os blogs corporativos como uma ferramenta de grande valia em especial no que tange a diminuição de barreiras e distâncias físicas ou sociais. Por exemplo, um presidente de uma multinacional não tem tempo para ouvir os funcionários das linhas de produção pessoalmente. Já se ele reservasse um tempo para postar num blog e ler comentários poderia conhecer melhor seus funcionários. O mesmo poderia acontecer com consumidores, fornecedores, etc.

Em suma, os blogs poderiam ocupar o lugar das velhas caixas de sugestão ou dos burocráticos Serviços de Atendimento ao Consumidor, o SAC. E o mais facinante, permitindo que a comunicação seja plurilateral, onde todos se comunicam com os todos.

No Brasil, um dos únicos blogs corporativos é o da Tecnisa. Vale a pena dar uma olhada - http://www.blogtecnisa.com.br/.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Você recomendaria o BBB?

Acabo de ver uma apresentação de slides, daquelas que nossos amigos nos encaminham por e-mail, que me chamou bastante a atenção. O assunto: mídia e consumo. Como sabem, escrevi um livro sobre a relação das pessoas com o dinheiro, "Você Sabe Lidar com o Seu Dinheiro? Da infância à velhice", e essa questão sempre esteve entre os meus assuntos prediletos.

Os slides falam do quanto somos manipulados e instigados a consumir cada vez mais. Compramos porque se não fizermos isso simplesmente não existiremos para a sociedade do consumo. No entanto, a parte que mais me inquietou foi quando o autor propõe um boicote aos patrocinadores do Big Brother Brasil. Nada de Doriana, Guaraná Antartica, Sabão Ariel, Fiat ou HSBC.

Foi inevitável me perguntar: se eu trabalhasse para alguma dessas empresas indicaria esse tipo de programa para meu cliente patrocinar? Tenho que confessar que é tentador ver sua marca sendo consumida em pleno horário nobre global, mas dormiremos tranquilos ao saber que estamos sustentando toda aquela baixaria?

Confesso também que gosto da idéia de um reality show. Acho interessante analisar como pessoas diferentes, vindas de lugares distantes conseguem conviver três meses debaixo de grande pressão. É caso de dissertação de mestrado para qualquer psicólogo.

Para mim, o problema começa quando se descobre que o que dá ibope é a baixaria. Quando as edições privilegiam as trocas de roupa, as posições indiscretas, as brigas, e, evidentemente, os romances que ficam sempre melhores se acontecerem debaixo dos edredons...

E aí, será que é mesmo estratégico aliar sua marca a tudo isso? Entendo que vivemos numa sociedade alienada, onde programas educativos praticamente nem pontuam no ibope porque são exibidos em horários nada adequados. Mas vamos contribuir para que tudo continue como está?

Só a título de curiosidade, o BBB9 é o que tem rendido menor audiência, mas sua arrecadação tem sido recorde... Será que de alguma forma não somos responsáveis por isso?

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Jornalista ou RP?

No Brasil é cada vez mais comum ver jornalistas atuando em assessorias de imprensa. Eu mesma sou um exemplo disso. De acordo com os sindicatos de jornalistas de todas as partes do Brasil, mais de 60% desses profissionais atuam em comunicação corporativa.

Fico imaginando o que os relações públicas devem pensar disso. Será que na visão deles complementamos ou apenas roubamos seus postos de trabalho? Bem, como era de se esperar, fico com a primeira opção.

Acho a formação do RP bárbara, mas tenho a sensação de que o jornalista é um pouco mais bem preparado para o texto, seja em releases ou mídias institucionais impressas ou online. Por outro lado, ao contrário do relações públicas, o jornalista tem pouco ou quase nada de formação em relacionamentos e estratégias empresariais. Pelo menos comigo foi assim.

Resumindo, sinto que podia ter aprendido um pouco mais de RP e os RPs um pouco mais de jornalismo. Essa carência estou diminuindo com a leitura de diversos livros sobre relações públicas e, obviamente, com a pós em comunicação empresarial.

Vocês acham que um dos dois perfis é melhor ou eles devem mesmo se completar, cada um suprindo suas deficiências curriculares?

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O velho debate do diploma

Hoje a velha questão sobre o diploma de jornalismo estará na pauta do Supremo Tribunal Federal. Fico pasma do quanto perdem tempo com um debate tão tolo. Ora, alguém aí aceitaria ser atendido por um médico sem diploma? Que tal pegar um vôo com um piloto que não se formou ou carona com um motorista que não possui habilitação? É a mesma coisa.

Um jornalista tem o mesmo ou até mais poder que esses profissionais. Acabar com a vida de uma pessoa sem necessariamente ter de matá-la é uma tarefa mole para a imprensa. Os escandâlos como o da Escola Base não me deixam mentir...

Uma imprensa despreparada é uma sociedade sem norte. E alguém conhece outra maneira de se preparar que não seja pelos estudos? Eu desconheço.

Sou a favor do diploma sim e da melhoria e modernização dos cursos de comunicação. Acho que a defesa pela não obrigatoriedade do diploma é coisa de gente oportunista que sempre tem um parente (ou um forte QI) dentro das maiores redações do Brasil. Alguém discorda?

terça-feira, 31 de março de 2009

Mídias sociais

Uma profissional de comunicação de uma grande empresa do setor de eletrônicos me mandou um e-mail perguntando se eu aconselhava o uso de mídias sociais como alternativa econômica de divulgação da marca em tempos de crise financeira.

Minha primeira reação foi: cuidado! Não acho que devemos ver as mídias sociais apenas como ferramentas de ampla abrangência e custo zero. Criar um blog, uma comunidade no Orkut ou em tantos outros sites de relacionamento pode não exigir um custo financeiro, mas exige dedicação humana.

Isso quer dizer que simplesmente criar essas ferramentas e não gerenciá-las corretamente pode fazer com o feitiço se volte contra a própria empresa. Acredito que antes de mais nada é preciso fazer uma pesquisa de opinião entre os usuários do produto para descobrir o nível de satisfação deles em relação à marca.

Esse levantamento é fundamental para dar início a um projeto de diálogo com o consumidor. Se eles estão satisfeitos, ótimo. Invista então em promoções exclusivas para os mais fiéis, lance concursos, enfim, interaja com eles. Já se a pesquisa descobrir que as pessoas não andam satisfeitas, é melhor mobilizar o SAC e até mesmo criar uma equipe apenas para atender as reclamações que chegam por estes canais.

O que quero dizer com tudo isso é que entrar na Web 2.0 achando apenas que é de graça é um erro enorme. Você não tem custo de veiculação, mas seu capital humano precisará ser mobilizado para tal função. O uso dessas ferramentas deve ser estratégico e não inconsequente.

segunda-feira, 30 de março de 2009

O assédio moral

Semana passada tive uma experiência bem desagradável com uma pessoa próxima. Desempregada há tempos, ela recebeu um convite de trabalho e logo aceitou. Mal sabia o que lhe aguardava. Ligações fora do horário de expediente, batidas de telefone na cara, ausência de verba para alimentação em evento, enfim, uma série de questões que sem dúvida dariam um bom processo na Justiça Trabalhista.

Conforme essa pessoa desabafava sua triste vivência, pude perceber que todos se solidarizavam e o pior, também tinham suas experiências para contar. Gritos, palavrões, ofensas e surtos psicóticos parecem fazer parte do dia a dia das empresas, em especial as pequenas e familiares.

Com os ânimos exaltados pela crise financeira global, a situação só piorou. A Associação dos Agdvogados Trabalhistas do Estado de São Paulo estima que todos os seus associados (cerca de mil profissionais) entraram com pelo menos uma ação de assédio moral sofrida por seus clientes. O Ministério Público do Trabalho de mais cinco estados (Rio de Janeiro, Pernambuco, Piauí, Santa Catarina, Ceará) também apuram cerca de 145 denúncias sobre assédio.

Fiquei refletindo sobre como isso vai contra a tudo o que defendemos em termos de qualidade e produtividade. Funcionário infeliz não produz em sua capacidade máxima, ou seja, é desperdício de mão de obra. É por esse motivo que devemos abrir os olhos dos administradores.

A comunicação interna não deve ser a prima pobre da comunicação. Ignorar o clima organizacional e não trabalhar para que ele seja sadio significa perda de dinheiro, seja na baixa produtividade, nos cultos gerados pela alta rotatividade de profissionais ou pior ainda, nas ações trabalhistas. Já está mais do que na hora dessa realidade mudar.

Boicote aos produtos fabricados às custas da saúde física e psiquica dos trabalhadores!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Evento como ferramenta estratégica de marca

Acabo de chegar da cobertura de um evento. Durante todo o dia fiquei conversando com expositores para saber qual foi o impacto da exposição para seus negócios. A resposta foi unânime: excelente! Muitos negócios fechados e outros tantos engatilhados.

Isso me fez analisar o quão estratégico são os eventos. Reunir gente de seu interesse, num lugar atraente para demonstrar o que você tem de melhor. Um luxo só. Podem reclamar dos custos (que realmente não são baixos), mas acho que no médio e longo prazo o resultado é certeiro se o evento for bem organizado.

Infelizmente em meio à crise financeira global, a área de eventos tem sido drasticamente atingida. Conversei com a diretora de comunicação externa da Embraer essa semana, Rosana Dias, e ela afirmou que o maior corte de investimentos e até de pessoal foi justamente nessa área.

Quando as coisas melhorarem e vocês tiverem que organizar um evento estratégico, tenho uma dica. A professora de RP, Ana Cristina Giacomo, me mandou um e-mail compartilhando suas experiências. Ela mantém o blog http://diplomaciacotidiana.wordpress.com/, que fala sobre etiqueta, cerimonial, protocolo e eventos. Antes de encarar esse desafio, vale a pena conferir as colocações dela.

quinta-feira, 26 de março de 2009

A complexidade do marketing político

Confesso que política não é um dos meus assuntos preferidos, mas diante do escândalo da Camargo Corrêa somos obrigados a refletir sobre a ética e os limites na prática de relacionamento entre empresas e governo.

Não sou contra o lobby, muito pelo contrário. Mas acho que ele não pode ser confundido com velho crime da mala preta recheada de dólares. O lobby deve estar baseado num tripé que fortaleça e beneficie a empresa, o governo e principalmente a sociedade.

Sei que é difícil entender isso, mas vou contar um caso de lobby de sucesso que acompanhei. Uma empresa estava passando por sérias dificuldades porque sua unidade fabril estava localizada numa área residencial. Eram constantes as reclamações de barulho e poluição. A comunidade resolveu se unir às autoridades para pedir o fechamento da fábrica.

Ao analisar aquele cenário a empresa não via outra alternativa a não ser encarar uma longa, cara e árdua mudança de município. Foi quando finalmente resolveram contratar uma equipe de comunicação para cuidar do caso. Depois de fazer um estudo completo sobre a região, ficou constatado que a empresa era de grande importância econômica para a região. Ou seja, nem o governo e nem a comunidade ganhariam com sua saída.

Foi então que começou um plano de comunicação no sentido de demonstrar a importância da empresa para a cidade. Foram desenvolvidas ações com a mídia local, escolas, centros sindicais, partidos políticos e governo. A empresa fez de tudo para minimizar os incomodos à comunidade, lançando um programa de diminuição de ruídos e de limpeza do rio que corta a cidade.

O final foi feliz para todos e é esse o tripé ao qual me refiro. Não é possível agirmos de forma unilateral, visando o bem de apenas uma das partes envolvidas. É preciso que cada um se esforce para que todos saiam ganhando. É assim que deve ser nas relações governamentais. O bem deve ser comum.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Comunicação do Word para o Excel

Durante muito tempo os profissionais de comunicação ficaram limitados ao conforto da seguinte frase: "é impossível mensurar resultados em comunicação, trabalhamos com o intangível". Hoje não é bem assim. As ações de comunicação estão sendo cada vez mais monitoradas por indicadores numéricos que apontam o que funciona e o que não funciona. Enfim, estamos migrando dos extensos relatórios especulativos no Word para encarar a racionalidade das planilhas de Excel.

Um dos precursores desse caminho foi o professor da Harvard Business School e um dos autores do Balanced Scorecard (BSC), Robert Kaplan. Segundo ele, "o que não é medido, não pode ser gerenciado". E é justamente este o mérito do BSC, tornar o intangível, tangível.

O BSC tem sido cada vez mais utilizado para mensurar resultados em comunicação. Seu maior propósito é traduzir o planejamento estratégico em dados numéricos. Essa possibilidade de avaliar, analisar e medir é capaz de gerar mais conhecimento e principalmente credibilidade à área de comunicação. Quem sabe assim as pessoas deixem de vê-la como despesa e não como investimento, como deve ser.

terça-feira, 24 de março de 2009

Cultura organizacional

Cultura é um termo bastante complexo. Poderia também ser chamada de comportamento comum, hábito de determinado grupo de pessoas. Cada sociedade e tribos têm suas culturas. E, obviamente, as empresas também.

Até aí, tudo normal. O problema é quando a cultura já está tão forte e enraizada que seja capaz de cegar as pessoas. Quando as coisas são feitas mecanicamente, sem que sejamos capazes de refletir sobre elas, sem analisar suas causas e efeitos.

Têm empresas onde a maioria só quer saber de obedecer, sem fazer a menor crítica sobre processos e procedimentos que já não funcionam mais. É a cultura do cego, surdo e mudo, onde não há espaços para interpretações e questionamentos.

Essa animação que coloco abaixo mostra um pouco dessa tendência em seguir rotinas sem avaliar a eficácia e importância delas. Até onde nossas empresas têm agido como esses macaquinhos?


segunda-feira, 23 de março de 2009

Agência interna ou externa?

Essa é uma questão que sempre me intrigou. É melhor manter um departamento de comunicação dentro da própria empresa ou contratar uma agência externa? Ora, como tudo na vida, tem sempre um lado bom e outro ruim.

Na minha opinião, o bom de estar dentro da empresa é o acesso mais fácil às informações. Como a grande maioria das pessoas não têm uma cultura de comunicação bem desenvolvida, acabam tendo dificuldades em identificar e transmitir as informações relevantes para uma agência externa. Estando lá dentro, facilita.

Por outro lado, ficar isolado dentro da empresa pode distanciar os profissionais de comunicação da realidade e do cotidiano dinâmico do mercado. Outra vantagem é o olhar crítico, que é mais genuíno se vier de fora para dentro. Quando fazemos parte do quadro de funcionários, perdemos um pouco dessa liberdade. Há ainda um certo desconforto em relação aos demais já que a rotina dos profissionais de comunicação costuma ser um pouco diferente dos outros departamentos.

Certa vez trabalhei internamente e algumas coisas me entristeciam. A comida, por exemplo, era servida para todos num refeitório próprio. Não era das melhores, mas quem não quisesse almoçar lá tinha que colocar a mão no bolso. Já o departamento de comunicação, como estava quase sempre na rua, ganhava vale-refeição. Mas mesmo quando estávamos na empresa saíamos para comer fora. Outra diferença era no uso da internet. Quase tudo era bloqueado. Mas a área de comunicação tinha acesso a e-mail pessoal, orkut e msn porque são ferramentas do nosso trabalho. Enfim, essas diferenças me constrangiam.

É por essa e por outras coisas que do ponto de vista de funcionária sempre preferi agência. E olhando pelo lado da empresa, acho que também acabo preferindo o trabalho externo. Exige que os funcionários e a diretoria sejam bem treinados para que as boas oportunidades não fujam do radar, mas funciona melhor. Bom mesmo é quando a empresa se disponibiliza a colocar alguns profissionais internamente para fazer o levantamento dessas informações importantes e passar para as agências externas. Aí fica perfeito.

Qual é a opinião de vocês sobre isso?

sexta-feira, 20 de março de 2009

Comunicadores mais fortes para superar a crise

Ontem conversei com o presidente da Abracom, Ciro Dias Reis, sobre a pesquisa que já divulguei aqui no blog. Embora muitas agências e departamentos internos de comunicação tenham declarado que sofreram cortes devido à crise econômica mundial, Reis garante que os comunicadores de hoje estão muito mais bem preparados para enfrentar esse momento que no passado.

"Nos últimos dez anos houve uma grande modernização nas empresas, na área de comunicação e nos profissionais comunicadores. Tudo isso faz com que as empresas pensem muito bem antes de cortar verbas e funcionários dessa área", afirma. "O treinamento desses profissionais leva tempo e dinheiro. Demití-los representa uma perda muito grande", completa.

Segundo ele a única certeza que se tem neste momento é que a crise, mais cedo ou mais tarde, vai acabar e, quando isso acontecer, vai se dar melhor quem não se deixar abalar por ela. "A situação exige capacidade de inovação, criatividade e ousadia. Vai sair na frente quem mostrar que é capaz de fazer mais com menos", conclui.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Reputação empresarial

De olho nas tendências tecnológicas, a Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial - deu início a um novo núcleo de trabalho, o de Linguagem Audiovisual. A idéia é disponibilizar vídeos no site da Aberje (http://www.aberje.com.br/) e no YouTube (http://www.youtube.com.br/) sobre os mais variados temas dentro da comunicação organizacional.

Assista esse sobre reputação empresarial com o jornalista Francisco Viana:

http://www.youtube.com/watch?hl=pt&v=Ck62RRefdi0&gl=BR

quarta-feira, 18 de março de 2009

A comunicação pagando a conta da crise

A Abracom - Associação Brasileira de Agências de Comunicação divulgou uma pesquisa sobre o impacto da crise econômica nos departamentos e agências de comunicação. Cerca de 42% dos entrevistados informaram que o faturamento foi afetado no último trimestre.

No estudo ficou constatado que 25% tiveram corte de contratos em andamento, 24% relataram suspensão de projetos, enquanto 17% renegociaram fee em andamento e mais 17% renegociaram fee na renovação de contratos.

Em 2008, 48% das agências faturaram no mesmo nível que em 2007, 39% faturaram mais que no ano anterior e 13% tiveram resultados piores.

terça-feira, 17 de março de 2009

Marketing esportivo

Todo mundo sabe que estampar sua marca em eventos esportivos ou mesmo nos uniformes dos competidores gera bastante visibilidade. O que a LG, empresa sul-coreana de eletrônicos, acaba de descobrir é que o investimento em marketing esportivo também pode gerar aumento nas vendas.

Uma pesquisa realizada pela TNS Sport Brasil acaba de revelar que os torcedores são-paulinos, clube patrocinado pela marca, compraram 40% mais celulares da empresa que os torcedores de outros times brasileiros.

Mais de 19% dos tricolores disseram ter aparelho da LG, contra menos de 14% dos outros torcedores. "A LG conseguiu entrar no coração dos são-paulinos e transformar essa associação em vendas. Temos aqui uma demonstração efetiva e não apenas empírica do resultado de um investimento em marketing esportivo", destaca o sócio-diretor da TNS Sport Brasil, César Gualdani.

Mas essa brincadeira não é nada barata. A marca investiu 16 milhões de reais para patrocinador o clube em 2009.

segunda-feira, 16 de março de 2009

O poder da persuasão

Todo mundo sabe que contra uma boa argumentação dificilmente há derrota. Saber usar as palavras certas, na hora certa, no tom exato são armas praticamente infalíveis. É o chamado poder de persuasão.

Quem nunca usou desses recursos para conseguir o que quer não sabe o que está perdendo. Persuadir é uma prática constante. Estamos frequentemente tentando convencer os outros de que nós estamos certos e que por isso, eles devem concordar conosco.

É óbvio que para tudo deve haver limite. Não se deve confundir persuasão com mentira, manipulação ou mesmo distorção. Persuadir quer dizer apenas argumentar, convencer.

E não conheço ninguém melhor nesse papel que o personagem Nick Naylor (Aaron Eckhart) do filme Obrigado por Fumar. Nick é um lobbista da indústria do tabaco e seu trabalho é convencer os outros de que fumar é legal, mesmo enquanto a mídia e a sociedade inteira estão contra o cigarro e todos os seus efeitos.

O filme é divertidíssimo, além de ser uma verdadeira aula de persuasão. Uma das frases mais célebres do personagem é "Argumente corretamente e nunca estará errado". E não é que ele tem razão?!

PS: Só para esclarecer, não sou fumante.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Media Training

Para quem não sabe, o media training é uma das ferramentas de aperfeiçoamento de porta-vozes. Ou seja, são mecanismos utilizados para melhorar a qualidade das entrevistas cedidas por executivos e especialistas. O treinamento é indispensável para quem quer ser uma boa fonte de informação para a imprensa.

Quem quiser saber mais sobre esse assunto deve recorrer à vasta bibliografia disponível sobre o tema. A minha dica é "Mídia Training - Como usar a imprensa a seu favor", do consagrado Heródoto Barbeiro, Editora Saraiva.

São 128 páginas hiper didáticas com conselhos bem práticos para a tão esperada hora da entrevista. O livro é quase todo em tópicos, facilitando ainda mais a compreensão do que deve e o que não deve ser feito durante este momento tão esperado e temido ao mesmo tempo.


quinta-feira, 12 de março de 2009

A pirâmide invertida

Muita gente tem dificuldade em entender o estilo do texto jornalístico. Por isso, resolvi dar uma forcinha. Todo mundo se lembra da história da Chapeuzinho Vermelho, certo? Pois agora, vocês vão ver o que seria essa história contada nas páginas de um jornal...


Lobo devora idosa e ameaça criança

Caçadores conseguem salvar mulher de dentro da barriga do lobo


Um lobo mau invadiu a residência de uma senhora e a engoliu na Floresta da cidade nessa manhã. Por sorte, caçadores ouviram os gritos de desespero da neta de Vovó Zazá, chamada Chapeuzinho Vermelho, e atiraram contra o lobo. Ao cair ao chão, os caçadores fizeram um corte no abdômen do animal e retiram a senhora com vida de dentro dele.

A menina, que pegou a estrada do rio para levar alimentos para sua avó adoentada, acabou se distraindo e desviando do caminho. “Antes de sair de casa, eu disse à Chapeuzinho que tomasse cuidado porque ouvi rumores sobre a existência de um lobo mau na Floresta. Mas ela não me obedeceu”, lamenta a mãe da menina.

Ao abordar Chapeuzinho, o lobo mau se identificou como sendo o anjo da guarda da Floresta. Inocente, a criança acabou revelando o endereço de sua avó. Quando chegou lá, o lobo estava deitado na cama da senhora. A garota estranhou os olhos, nariz, mãos e boca inchados da suposta avó. Incomodado com a desconfiança, o lobo partiu para cima da menina que gritou por socorro. “Eu desconfiei que aquela não fosse a minha avó e corri para pedir ajuda”, lembra Chapeuzinho.

Vovó Zazá foi internada para fazer exames e passa bem. O lobo morreu.



Isso é o que os jornalistas chamam de pirâmide invertida, que é a inversão dos fatos a partir dos mais para os menos relevantes. Dessa forma, construímos o lide, que é o primeiro parágrafo de uma reportagem, onde estão contidas respostas como "quem, com quem, quando, onde e porque".