quinta-feira, 26 de março de 2009

A complexidade do marketing político

Confesso que política não é um dos meus assuntos preferidos, mas diante do escândalo da Camargo Corrêa somos obrigados a refletir sobre a ética e os limites na prática de relacionamento entre empresas e governo.

Não sou contra o lobby, muito pelo contrário. Mas acho que ele não pode ser confundido com velho crime da mala preta recheada de dólares. O lobby deve estar baseado num tripé que fortaleça e beneficie a empresa, o governo e principalmente a sociedade.

Sei que é difícil entender isso, mas vou contar um caso de lobby de sucesso que acompanhei. Uma empresa estava passando por sérias dificuldades porque sua unidade fabril estava localizada numa área residencial. Eram constantes as reclamações de barulho e poluição. A comunidade resolveu se unir às autoridades para pedir o fechamento da fábrica.

Ao analisar aquele cenário a empresa não via outra alternativa a não ser encarar uma longa, cara e árdua mudança de município. Foi quando finalmente resolveram contratar uma equipe de comunicação para cuidar do caso. Depois de fazer um estudo completo sobre a região, ficou constatado que a empresa era de grande importância econômica para a região. Ou seja, nem o governo e nem a comunidade ganhariam com sua saída.

Foi então que começou um plano de comunicação no sentido de demonstrar a importância da empresa para a cidade. Foram desenvolvidas ações com a mídia local, escolas, centros sindicais, partidos políticos e governo. A empresa fez de tudo para minimizar os incomodos à comunidade, lançando um programa de diminuição de ruídos e de limpeza do rio que corta a cidade.

O final foi feliz para todos e é esse o tripé ao qual me refiro. Não é possível agirmos de forma unilateral, visando o bem de apenas uma das partes envolvidas. É preciso que cada um se esforce para que todos saiam ganhando. É assim que deve ser nas relações governamentais. O bem deve ser comum.

3 comentários:

Gabriel disse...

Legal o texto. Concordo que um plano de comunicação pode, muitas vezes, salvar os negócios do cliente.

http://cheirodegol.blogspot.com

Unknown disse...

Oi Marília, gostei muito de seu blog. O tema abordado é muito interessante e a visão de um comunicólogo pode sim fazer a diferença. Abraços, Solange de Paula

InformaMídia Comunicação disse...

Muito obrigada! Acho que até nós nos esquecemos um pouco do quanto somos importantes...