segunda-feira, 30 de março de 2009

O assédio moral

Semana passada tive uma experiência bem desagradável com uma pessoa próxima. Desempregada há tempos, ela recebeu um convite de trabalho e logo aceitou. Mal sabia o que lhe aguardava. Ligações fora do horário de expediente, batidas de telefone na cara, ausência de verba para alimentação em evento, enfim, uma série de questões que sem dúvida dariam um bom processo na Justiça Trabalhista.

Conforme essa pessoa desabafava sua triste vivência, pude perceber que todos se solidarizavam e o pior, também tinham suas experiências para contar. Gritos, palavrões, ofensas e surtos psicóticos parecem fazer parte do dia a dia das empresas, em especial as pequenas e familiares.

Com os ânimos exaltados pela crise financeira global, a situação só piorou. A Associação dos Agdvogados Trabalhistas do Estado de São Paulo estima que todos os seus associados (cerca de mil profissionais) entraram com pelo menos uma ação de assédio moral sofrida por seus clientes. O Ministério Público do Trabalho de mais cinco estados (Rio de Janeiro, Pernambuco, Piauí, Santa Catarina, Ceará) também apuram cerca de 145 denúncias sobre assédio.

Fiquei refletindo sobre como isso vai contra a tudo o que defendemos em termos de qualidade e produtividade. Funcionário infeliz não produz em sua capacidade máxima, ou seja, é desperdício de mão de obra. É por esse motivo que devemos abrir os olhos dos administradores.

A comunicação interna não deve ser a prima pobre da comunicação. Ignorar o clima organizacional e não trabalhar para que ele seja sadio significa perda de dinheiro, seja na baixa produtividade, nos cultos gerados pela alta rotatividade de profissionais ou pior ainda, nas ações trabalhistas. Já está mais do que na hora dessa realidade mudar.

Boicote aos produtos fabricados às custas da saúde física e psiquica dos trabalhadores!

2 comentários:

Unknown disse...

O assédio moral existe não somente nas pequenas e familiares empresas. Nas grandes redações e produções de tv por aí ele é consumado e permitido, inclusive pelos brilhantes sindicatos que nos representam.

InformaMídia Comunicação disse...

Puxa, que pena! Pensei que as empresas maiores já tivessem entendido que esse recurso do chicote está mais que ultrapassado...