segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sarney erra, mas a culpa é da imprensa!

Os acontecimentos envolvendo o presidente do Senado José Sarney são escandalosos, mas, protecionista, Lula tem a cara-de-pau de apontá-lo como vítima. Isso mesmo! Ele faz da máquina pública um verdadeiro cabidão de empregos, onde beneficia sua mãe, sobrinhas e um neto, mas o erro não é dele e sim da imprensa que divugou um "ato secreto".

Ora, agora as maracutaias dos políticos tem garantia em lei de permanecerem debaixo dos panos. E o pior, seus escândalos são acobertados pelo próprio presidente da República que em vez de atacar as mazelas de seu governo prefere protegê-las alegando que "que tem história não pode ser tratado como cidadão comum". Em curtas palavras isso quer dizer que quem já tem um histórico de picaretagem deve ser absolvido, diferentemente do cidadão comum, aquele que rala para pagar seus impostos e sustentar toda essa baixaria.

Mas, o que esperar de um governo que julga completamente dispensável o diploma de jornalismo? Está mais do que evidente que o que eles querem são maus profissionais, despreparados e cada vez mais incapazes de descobrir o que eles fazem em seus "atos secretos". Cenário mais confortável que esse, impossível.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Em busca da especialização...

Volto a bater na tecla que só estamos passando por essa humilhação em torno do fim da obrigatoriedade do diploma porque nós mesmos não soubemos honrar e zelar pela nossa categoria. Como disse, nós é que temos que nos especializar e não deixar que os especialistas tomem os nossos lugares.

Pois bem, a FAAP está oferecendo um curso gratuito para jornalistas na área de economia e negócios. O programa, intitulado de Agenda Brasil, tem duração de 20 semanas, com carga horária de 60 horas e aulas nas manhãs de segunda-feira.

O curso aborda temas como, gestão, fusões e aquisições, empreendedorismo, responsabilidade social, mercado financeiro, uso e estratégias de TI, marketing, entre outros assuntos.

As inscrições podem ser feitas até o dia 15 de julho nos seguintes e-mails: suelen.rodrigues@wnp.com.br, fabiana.dourado@wnp.com.br e viviane.laube@wnp.com.br. A seleção dos participantes será feita pela diretoria da FAAP-MBA.

O Tribunal de Contas da União (TCU) também está organizando um evento em Brasília no próximo dia 29/06 para explicar seu funcionamento aos jornalistas. Os interessados devem enviar um e-mail para imprensa@tcu.gov.br ou ligar para (61) 3316-7208 informando nome completo e veículo para o qual trabalha.

Não tem desculpa para não aprimorar seus conhecimentos e valorizar nosso diploma!

Fonte: Comunique-se

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Diploma de jornalista?

Depois do meu desabafo sobre o fim da obrigatoriedade do diploma recebi um e-mail um tanto importante do diretor da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Arcírio B. Gouvêa Neto. Com a sua autorização, resolvi publicá-lo no InformaBlog. Segue abaixo suas palavras.

"Somos uma classe completamente dispersa, indiferente e de nariz em pé, achando que é intocável e acima do bem e do mal. Centenas de casos pelo País inteiro pipocam a todo instante na comissão e os coleguinhas não estão nem aí para os problemas de seus companheiros de redação. Querem simplesmente sentar na cadeira, bater suas matérias no computador, se beneficiar das mordomias da profissão (em muitos casos, até financeiramente) e ir embora curtir sua vida, no fim do dia. O resto que se....oda.

Não participaram das questões que envolveram a decisão do STF, não acompanharam o processo, e muitos, talvez a grande maioria, nem sabiam o que estava acontecendo. Nunca se mobilizaram. Somos uma classe extremamente desunida, que não se mobiliza pra nada, passiva, sem força nem decisão. Era pra estar na rua, era pra fazer um tremendo estardalhaço, forçar que a decisão fosse diferente, mas nas ruas e não simplesmente comentar entre uma cerveja e outra na mesa de um bar. Agora é tarde e serve pra que os companheiros acordem, ainda mais agora, que foram comparados aos cozinheiros (se não me engano. E nada contra os cozinheiros). Mas a frase do malfeitor e bandoleiro, Gilmar Mendes, serve pra muita gente abaixar o nariz.Profissionais Despreparados.

Outra coisa: nossa profissão (e tenho 30 anos de jornalismo) vem sendo desqualificada nesses últimos tempos, esculhambada e com profissionais completamente despreparados para a atividade que exercem. Essas faculdades de comunicação não funcionam, querem apenas dinheiro e botam no mercado uma leva de sonhadores sem nenhuma competência, que nem imaginam o que encontrarão pela frente no dia a dia da atividade. Erros terríveis de português são comuns diariamente na mídia, erros elementares, ginasianos, inadmissíveis em jornalistas. E como não têm, portanto, o jornalismo na veia, até por estarem as redações lotadas de estagiários, descompromissados com a profissão e mais preocupados com baladas e futilidades ipodianas, deixaram a coisa degringolar dessa forma.

Para terminar, participo de várias reuniões, tanto na ABI como no Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, e sempre encontro as mesmas pessoas, em sua maioria, acima dos 40 anos. Pergunto: onde está todo mundo? Onde estão os milhares de jornalistas formados a todo ano por esse Brasil? Sempre escuto, quando vou a algum evento envolvendo alunos de comunicação, estarrecido, a mesma pergunta: "Mas o que é ABI?". "Pra que serve o sindicato?". Penso: "Quando morrermos quem assumirá essas entidades"? Elas não nos pertencem, são da categoria, mas onde está a categoria? Quando entendermos que o mundo é uma grande cooperativa e ninguém sobrevive sozinho talvez consigamos tirar nossa profissão do túmulo. PS – A tempo – não vamos jogar a culpa toda naqueles com menos de 40. Faço a mesma pergunta, desta vez, com um enfoque um pouco diferente: onde estão também os medalhões do jornalismo? Aquelas figuras pomposas e altaneiras que emolduram as telas dos telejornais diários e o mundo do jornalismo? Onde estiveram todos eles que não se manifestaram durante o processo de julgamento da ação no STF? Deixaram que a Fenaj, os sindicatos estaduais e a ABI resolvessem o problema sozinhas, quando eles, com seu prestígio e influência, poderiam ter mudado os rumos do navio e salvado seus tripulantes do naufrágio?

Espero ter ajudado!

Arcírio B. Gouvêa Neto(arciriogouvea@jornalsobretudo.com)"

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O fim do diploma e do bom senso

Gostaria de convidar os oito ministros do Supremo Tribunal Federal que votaram contra a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para viajarem num avião conduzido por um "piloto" sem formação ou para se consultarem com um "médico" que não cursou medicina. Ora, se para eles o estudo é tão desnecessário, creio que não se importariam em serem servidos por profissionais despreparados.

Justo eles que vivem preocupados com a exposição negativa na mídia, que vivem se justificando por suas gafes, deveriam ter sido bem mais cautelosos ao definir os rumos do tido como quarto poder do Estado brasileiro, a imprensa. Mas, bom senso é algo que parece simplesmente não existir no governo desse país.

Cada dia há um escândalo novo. Um que está se lixando para a opinião pública, ministros do STF que se engalfinham em frente às câmeras de TV, outros ainda que tem a cara de pau de defender cabidões de emprego no setor público. Sinceramente, não podia esperar absolutamente nada desses "profissionais" (entre aspas sim, porque nem sei se eles podem ser assim chamados).

Entretanto, não quero ser hipócrita. Alguns deles até tem razão quando dizem que estudo não é garantia de ética e profissionalismo. E não é mesmo. Isso tem muito a ver com caráter, educação familiar, convivência social, mas também com formação.

Médicos formados comentem erros fatais. Pilotos experientes também derrubam aviões. Mas convenhamos que a probabilidade disso acontecer é infinitamente maior quando falamos de profissionais sem formação. Agora, se mesmo bem preparado o ser humano é passível de falha, imagine então se ele não estudar?!

Isso quer dizer que devemos estudar cada vez mais para minimizar nossas chances de erro (que podem ser tão letais quanto as de um médico ou um piloto. Inúmeros casos da história da imprensa brasileira comprovam isso) e não simplesmente ignorar a formação acadêmica!

Não posso negar que nós, jornalistas, demos brecha. Nisso os profissionais de comunicação empresarial estão se saindo muito melhor que os da redação. Raramente vemos repórteres ou editores voltando para as universidades em busca de especializações e muito menos em outras formações. Se quero ser um bom jornalista de economia, tenho que entender economia. Se cubro a área de saúde, devo ter conhecimentos profundos sobre a área. Ou seja, jornalista nunca será mesmo uma profissão completa. Nós é que temos que correr atrás de algo que nos complete. Nada de profissionais "genéricos"!

Se nós tívessemos nos preocupado mais com isso, não deixaríamos nossos lugares vagos para os economistas, para os consultores de moda e muito menos para as celebridades instantâneas (com ex-BBBs que viram repórteres, apresentadoras). Se estamos passando por essa lamentável situação, a culpa também é nossa.

Somos profissionais de comunicação, cuidamos da imagem de todo mundo e nos esquecemos da nossa própria imagem! Fizemos com que a sociedade nos visse como profissionais facilmente substituíveis. Com uma formação que não agrega em absolutamente nada. Infelizmente, fizemos espetos de pau na nossa casa de ferreiros.

Se ainda nos restar um pingo de bom senso, (coisa que eu jamais esperaria dos governantes) proponho que comecemos já a mostrar a nossa verdadeira face para a sociedade. Temos que provar que somos sim muito importantes e que a qualidade e credibilidade da informação nesse país depende de profissionais formados e muito bem preparados. Para isso, além de cuidar da nossa imagem, temos que estudar mais. Só a especialização nos fará vencer essa guerra que vai muito além do simples fato de um papel ser obrigatório ou não. Estamos falando do resgate da moral da nossa categoria.

Vamos refletir sobre isso.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ainda há chances para a Gazeta Mercantil?

No último dia 01 de junho vimos o fim de um dos jornais econômicos mais importantes do país. A Gazeta Mercantil, com mais de oito décadas de existência e 70 mil exemplares, deixou de circular. Problemas de gerenciamento que se arrastavam há anos acabaram culminando no fim da circulação do periódico. A estimativa é que suas dívidas trabalhistas ultrapassem a cifra dos 400 milhões de reais (segundo a edição 945 da Revista Exame).

Desde 2003, a Gazeta Mercantil estava sob o controle da CBM - Companhia Brasileira de Multimídia, do empresário Nelson Tanure. A empresa realizou mudanças administrativas e também na redação do jornal. Como se nega a arcar com as dívidas contraídas antes de sua gestão, a CBM devolveu o título para as mãos de Luiz Fernando Levy.

Levy diz que procura investidores para reeditar o periódico, mas que ele não estará entre os sócios. Segundo suas previsões, a Gazeta Mercantil deverá voltar a circular ainda este ano, em agosto.

Os funcionários receberam férias de 30 dias, renováveis por mais 30. A CBM anunciou que grande parte dos trabalhadores serão transferidos para outros títulos do grupo, que também gere a Editora Peixes e o Jornal do Brasil.

A nós, resta apenas a torcida para que a Gazeta Mercantil se recupere e volte a circular. Além de garantir emprego para muitos jornalistas, sua volta significará o pluralismo no jornalismo econômico, atualmente exercido apenas por seu principal concorrente, o Valor Econômico.

terça-feira, 16 de junho de 2009

O blog da Petrobras

Se tem um assunto que está gerando polêmica nos últimos dias é o blog da Petrobras, intitulado de Fatos e Dados. A proposta é a de oferecer à população em geral todas as notícias e informações sobre os acontecimentos da empresa. Uma estratégia bastante ousada para quem está em meio a uma Comissão Parlamentar de Inquérito, a famosa CPI. O conteúdo é gerenciado pela agência CDN, contratada pela Petrobrás para dar vida ao novo canal de comunicação.

Há tempos profissionais de comunicação empresarial discutiam sobre os motivos dos blogs corporativos não terem conquistado as companhias brasileiras como aconteceu nos Estados Unidos. Até então, o único blog corporativo de expressão no país era o da Tecnisa (já apresentado pelo InformaBlog). Mas agora parece que a maior empresa brasileira se rendeu à tecnologia e abriu caminho para que muitas outras também trilhem pelas possibilidades oferecidas pela internet.

Entretanto, a grande polêmica gerada pelo blog é que a empresa passou a publicar trechos das entrevistas que eram concedidas à imprensa. A atitude gerou centenas de reclamações de grandes veículos. Os jornalistas acharam a ação antiética por furar os próprios veículos. Depois de muita discussão, a Petrobras decidiu publicar as entrevistas a partir das 0h, horário de fechamento dos veículos.

A questão merece um debate mais aprofundado. A comunidade jornalística e de comunicação empresarial deve sim debater as novas problemáticas éticas que surgem com o uso da tecnologia. Toda inovação precisa ser analisada e discutida para que suas regras surjam de uma maneira ética, responsável e principalmente democrática.

Polêmica à parte, a atitude de lançar um blog (em especial em meio a uma CPI) é louvável. Isso demonstra que as empresas não precisam mais ser reféns da imprensa. Todos sabemos que por mais imparcial que deve ser o jornalismo ele nunca deixa suas tendenciosidades de lado. Publicar as entrevistas no blog, dar a sua versão sobre seus fatos e dados é nada mais que dar à sociedade o direito de cruzar informações. É o fim da comunicação unilateral, onde a imprensa é quem dá as cartas e às empresas resta apenas solicitar o direito de resposta, erratas, etc. É a evolução e a democratização da palavra.

O endereço: http://petrobrasfatosedados.wordpress.com/. Como empresa pública, é seu direito e dever ficar à par dos acontecimentos.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Um formato nada Fantástico...

Não sei o que estão achando do atual formato do Fantástico, mas eu, definitivamente, estou detestando. Colocar aquele monte de artistas no estúdio descaracterizou totalmente o estilo jornalistíco do programa. Se a intenção era ser uma revista eletrônica semanal, eles conseguiram. Mas agora são uma revista chata, daquelas de fofoca barata.

A Regina Casé é maravihosa e, como é próprio dela, super original. A idéia de falar sobre tendências em geral é muito boa, mas até isso ficou perdido em meio a tanta bobagem e inutilidade. Esse quadro deveria entrar para quebrar a dureza do jornalismo, seria uma coluna bem humorada dentro de um conteúdo informativo.

O quadro Mudança Geral, exibido até a semana passada, deveria estimular o próprio programa a se repaginar. Colocar uma família para mudar e melhorar seus hábitos até seria legal se aquilo não tivesse virado um Big Brother familiar. Várias cenas foram totalmente dispensáveis à utilidade pública.

Particularmente também não gosto da postura dos apresentadores. Saudades da Glória Maria e do Pedro Bial (que se perdeu entre os seus "heróis confinados"). O Zeca Camargo é ótimo para viagens e coberturas culturais, que permitem uma intervenção maior na situação. Como apresentador, para mim é uma negação. A Patrícia Poeta também não me parece preparada para tal responsabilidade. Falta amadurecimento e vivência jornalística para ocupar um cargo desses.

Enfim, meus finais de domingo estão bem mais desinteressantes.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Gestão de crise no voo 447

Toda vez que uma grande tragédia é anunciada, penso logo nos assessores de imprensa que terão de ralar dia e noite para conter os efeitos da crise sobre a imagem da companhia. Isso é o que estamos acompanhando desde segunda-feira passada, quando um avião da Air France que saiu do Rio de Janeiro com destino a Paris, simplesmente não chegou ao seu destino.

A empresa tem trabalhado duramente, sempre respeitando os governos brasileiro e frânces, já que esse é um problema envolvendo múltiplas nacionalidades. Lidar com as legislações de cada um deles em meio a uma série de famílias desesperadas por informações sobre seus entes queridos não é nada fácil. Mas a Air France tem demonstrado habilidade e competência para isso.

Essa tragédia só vem a reforçar o que sabemos sobre gerencimento de crise: as pessoas em primeiro lugar. É óbvio que é importantíssimo esclarecer as causas do acidente, mas mais que isso, é preciso amenizar a dor das famílias dando a elas pelo menos a chance de sepultarem seus entes (embora seja praticamente impossível localizar todos os corpos).

A seriedade nas buscas, as condolências e a transparência nas informações (embora estejam bastante desencontradas em especial pela dificuldade da operação) são primordiais. Se esses itens forem bem trabalhados, sem dúvida as marcas não serão tão negativas.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A má vontade nas assessorias de imprensa

Semana passada divulguei uma nota para a imprensa para que os jornalistas de redação também conhecessem o InformaBlog. Para minha surpresa, muitos retornaram com elogios sobre a iniciativa e com dicas sobre posts. A "sugestão de pauta" que mais me chamou a atenção foi a de uma jornalista (prefiro não identificá-la) da TV Record de São Paulo.

Indignada com a má vontade e a falta de profissionalismo nas assessorias de imprensa, a profissional reclama da demora no retorno e muitas vezes até da ausência do mesmo. Engana-se quem pensa que ela se refere a pequenas empresas e assessorias de pequeno porte. A falta de cooperação vem das grandes companhias e entidades de renome. O descaso é tanto que ela chega a implorar por um retorno, mesmo que ele seja negativo.

Outra reclamação é que quando ela liga nas assessorias para pedir mais informações, é orientada a ler o release pois todas as informações estão contidas ali. Segundo ela, as pessoas estão tão mal preparadas para atender a imprensa que nem percebem que o que ela deseja é uma entrevista com o responsável pela empresa para checar se o assunto realmente rende uma pauta para seu veículo ou não.

Para mim, pior que isso é quando o jornalista liga para a assessoria, explica tudo o que precisa e depois de longos minutos de conversa, o assessor simplesmente pede para que ele coloque tudo aquilo num e-mail para que só então a solicitação seja registrada e o atendimento se inicie.

Enfim, não é à toa que essa relação entre jornalistas e assessores seja tão turbulenta...