segunda-feira, 27 de abril de 2009

O futuro da propaganda

A edição 941 da Revista Exame traz uma matéria muito interessante sobre as inúmeras tentativas em conter a propaganda. Depois de fechar o cerco aos alimentos gordurosos e às bebidas alcoólicas, o foco agora são os medicamentos que não necessitam de prescrição médica, como os analgésicos.

Obviamente todo bom jogo necessita de regras claras. No entanto, neste caso, as regras são ainda um tanto obscuras e nem tão convincentes quanto deveriam. A primeira questão é, será que a Anvisa é mesmo o órgão mais adequado para impor essas restrições? Não seria mais adequado envolver ministérios e associações voltadas para a gestão da comunicação e propaganda?

O que me parece é que estamos vivendo numa era ditatorial, de censura mesmo. A propaganda está simplesmente sendo censurada em função dos malefícios que seus produtos podem causar se forem consumidos inadequadamente. Ora, está mais do que claro que proibir é infinitamente mais fácil e barato que educar.

Entretanto, está ficando esquecida a questão de que os meios jornalísticos são sustentados quase em sua totalidade pelos recursos advindos da propaganda. Cercear anúncios de modo impensado e desprovido de embasamentos teóricos e reflexivos pode sim comprometer não só o futuro da propaganda como da mídia como um todo. A questão é mais grave do que podemos imaginar.

Não quero com isso parecer que sou à favor da liberdade total. Pelo contrário, acho sim que nossas crianças devem ser poupadas de determinadas campanhas publicitárias, que as empresas deveriam investir um pouco menos em propaganda e mais na educação de seus consumidores.Mas o grande centro da questão é: como isso deve acontecer e quem deve estabelecer as regras do jogo?

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