quarta-feira, 1 de abril de 2009

O velho debate do diploma

Hoje a velha questão sobre o diploma de jornalismo estará na pauta do Supremo Tribunal Federal. Fico pasma do quanto perdem tempo com um debate tão tolo. Ora, alguém aí aceitaria ser atendido por um médico sem diploma? Que tal pegar um vôo com um piloto que não se formou ou carona com um motorista que não possui habilitação? É a mesma coisa.

Um jornalista tem o mesmo ou até mais poder que esses profissionais. Acabar com a vida de uma pessoa sem necessariamente ter de matá-la é uma tarefa mole para a imprensa. Os escandâlos como o da Escola Base não me deixam mentir...

Uma imprensa despreparada é uma sociedade sem norte. E alguém conhece outra maneira de se preparar que não seja pelos estudos? Eu desconheço.

Sou a favor do diploma sim e da melhoria e modernização dos cursos de comunicação. Acho que a defesa pela não obrigatoriedade do diploma é coisa de gente oportunista que sempre tem um parente (ou um forte QI) dentro das maiores redações do Brasil. Alguém discorda?

6 comentários:

Unknown disse...

O diploma tem que existir para qualquer profissão. O problema é que jornalista se acha diferente de todos, por isso esta discussão...

Amanda Martins disse...

Fabio, concordo com você que para qualquer profissão é preciso diploma obrigatório. Infelizmente não é isso que acontece. Acredito que essa Lei da Imprensa não fará muita diferença, os empresários da comunicação continuarão fazendo "vista grossa".

Também postei sobre em: www.amandamartins.wordpress.com

Tati da Hora disse...

O jornalista ele não se acha Fábio diferente, a verdade é que ele é diferente como qualquer outra profissão. Nenhum profissional é igual ao outro mesmo estando na mesma profissão. Acho extremamente frustrante se discutir a obrigadoriedade ou não do diploma em Jornalismo, o diploma deve existir para qualquer profissional que passe 4 anos ou mais em uma faculdade fazendo o que gosta. Como Marília mesmo postou, será que um médico sem diploma passaria alguma credibilidade? Escrever também é uma arte, e se você não passa credibilidade para seu leitor ele não vai se interessar pelo que escreve.

Claudio disse...

Constitucionalidade da Lei de Imprensa considerações sobre o voto do relator da ADPF 130 no STF

http://ribeirodasilva.pro.br/blogdobigus-09-04-05-adpf-130-voto-relator-opiniao.html

Amanda Cotrim disse...

Estive na manifestação que aconteceu em Brasília dia 01-04 em favor do diploma e contra a lei de imprensa de 1967. Posso mencionar que os poucos estudantes e profissionais que ali estiveram fizeram valer a pena e com certeza a nossa causa será vitoriosa dia 22 de abril.

Pelo que ando lendo em outros blogs, comunidades no orkut, debates em mesa de bar e etc...A questão não é a validade de um diploma e a queda do Jornalista/Jornalismos, mas sim a obrigação do sujeito ter um diploma para trabalhar como jornalista.
Acho extremamente legítimo uma pessoa formada em sociais, historia filosofia, letras, enfim, cursos cuja carga humana é elevada, escreverem em jornais e opinarem sobre assuntos importantes, do ponto de vista social. Um escritor é tão capaz quanto qualquer jornalista.
Os: É um equivoco relacionar que a profissão de jornalismo está relacionada ao saber limpo das palavras.


Em contra partida nem só de um bom texto especializado/opinativo vive um jornalista. Há dentro do jornalismo uma coisa chamada ética e responsabilidade, conceitos aprendidos dentro de uma universidade e desenvolvido no dia a dia da profissão. Sem contar que, por exemplo, um bom letrista não garante um bom texto informativo e também não garante a apuração de uma boa reportagem dentro de uma favela, por exemplo. O jornalista é preparado dentro da faculdade para o mundo real, cheio de responsabilidade, pesquisa, vivência e IMPROVISO! Estimular o senso crítico no aluno sobre o mundo, qualquer universidade com um curso de humanas competente consegue, mas DESromantizar esse mundo e estimular a capacidade técnica do individuo escrever SOBRE gente e para gente, nem todas! Há necessidade do jornalismo ter ciência e sapiência! Teoria e prática! Humanização e técnica!

O buraco é muito mais em baixo. Quando penso na queda do diploma, imagino que a não obrigatoriedade permitirá que qualquer pessoa, provida ou não de intelectualidade, escreva. Pois se a liberdade de expressão, como justificativa do senhor Gilmar Mendes para a queda do diploma, deve ser entregue a todos, logo TODOS, sem exceção, ESCREVERÃO. Isso é o que me preocupa. Pois num país em que se diz prezar tanto pela educação, apesar dela não existir eficazmente, não se exigir a efetuação de um curso superior é, no mínimo, contraditório e inaceitável.

O que os leigos precisam entender, e para entender precisam pesquisar, que uma das vertentes dessa discussão tem o nome de politicagem! Grandes empresas usurpando o jornalista para que esse não receba seus direitos: Contratar um jornalista para trabalhar em rádio custa mais caro do que um radialista formado em 8 meses pelo Senac, não é mesmo?

A sociedade nos autoriza, simbolicamente, para que possamos instilar consciências, informar, incomodar... E isso, que para mim é um poder, não pode e não deve ser comedido por qualquer pessoa. Jornalistas, professores e atores de teatro, em síntese, que tem o poder da oralidade para informar pessoas e passar uma mensagem, têm que ter o filtro da consciência bem limpo, pois a palavra é uma arma!
Caso o jornalista erre, a sociedade saberá de quem cobrar, mas se não houver mais o jornalista e qualquer pessoa puder informar sem um critério de ética e responsabilidade, a sociedade irá cobrar de quem? A liberdade de imprensa termina quando a do cidadão começa, e isso ninguém muda!

InformaMídia Comunicação disse...

Fantástico! Vocês são demais. As idéias e opiniões trocadas através do InformaBlog estão cada dia melhores. Obrigada por fazerem destes espaço um local para a evolução da comunicação em nosso país!